Casares conquista seu maior feito como presidente do Tricolor (Instagram) |
RAFAEL EMILIANO
Como pontapé inicial para a implementação do projeto de reestruturação financeira, o Conselho Deliberativo do São Paulo aprovou no fim da tarde desta quarta-feira (2), por 185 votos favoráveis a 40, a criação do "Fundo de Investimentos em Direitos Creditórios São Paulo Futebol Clube" em parceria com a Galapagos Capital e com a OutField.
Os recursos captados pelo fundo serão utilizados para reestruturar o endividamento bancário e otimizar as fontes de capital de giro do clube, diminuindo o custo financeiro e aumentando o prazo da dívida. Além disso, será implementada uma nova política de governança alinhada com as melhores práticas de mercado, para garantir a sustentação da reorganização financeira a longo prazo.
A Galapagos Capital, companhia de investimento global com mais de R$ 21 bilhões sob gestão, e a OutField, gestora pioneira em estratégias e investimentos no esporte na América Latina, estruturaram a operação ao longo do último ano de acordo com as demandas financeiras do São Paulo.
O fundo irá adquirir recebíveis provenientes de negociações envolvendo direitos de transmissão, naming rights, patrocínios, entre outros, e terá prazo indeterminado e séries revolventes. Desse modo, a partir da implementação, todos os recebíveis elegíveis gerados pelo clube poderão ser antecipados pelo fundo e transformados em caixa de maneira rápida e eficiente.
“O fundo é o instrumento que precisávamos para que o Clube possa começar a sanar as dívidas atualmente existentes e que dificultam e atrapalham o fluxo de caixa, com juros altos e vencimento de curto prazo. A partir da sua implementação, conseguiremos reduzir o custo e preparar o Clube para o seu centenário com uma gestão mais sustentável, o que possibilitará maior capacidade de competir com adversários com mais poder financeiro. Teremos um choque de gestão e, já vamos implementar também um comitê orçamentário para acompanhar o fluxo do São Paulo”, disse Julio Casares, Presidente do São Paulo.
A prioridade neste processo de reestruturação financeira é a amortização das atuais dívidas do Clube, mais caras e com prazo mais curto do que a linha oferecida pelo fundo. Além da redução das despesas, outra vantagem que o fundo traz é a imposição de determinados limites nos gastos. Essa moderação deverá ser respeitada pela diretoria do clube para assegurar a disciplina financeira na gestão.
“A operação é inovadora e vai ao encontro da tendência recente que aproxima cada vez mais os clubes de futebol do mercado de capitais no Brasil como alternativa para a captação de recursos. O fundo vai ajudar a melhorar a saúde financeira do São Paulo Futebol Clube e os recursos que serão economizados poderão ser investidos em performance esportiva, ou seja, mais tempo e mais dinheiro focados no futebol", diz Andrea Di Sarno, sócio da Galapagos Capital.
“Ao passo que o esporte movimenta mais dinheiro, ele também vem se sofisticando na forma de buscar financiamento. Nos EUA isso já é bastante comum e agora vemos o futebol brasileiro indo pelo mesmo caminho. É preciso entender que, apesar do significativo aumento nas receitas, o alto endividamento dos clubes é um sinal claro de que é necessário buscar alternativas mais eficazes para a sustentabilidade financeira", comenta Pedro Oliveira, sócio-fundador da OutField
O Fundo será composto por cotas seniores e subordinadas, oferecendo garantias adicionais aos investidores das cotas seniores - estas cotas subordinadas serão detidas pelo próprio São Paulo.
O Fundo São Paulo FC soma-se aos fundos presentes no portfólio da Galapagos Capital e da OutField, fortalecendo a parceria iniciada em 2023 entre as casas e que já conta com dois outros fundos focados em antecipações de recebíveis, operações estruturadas e aquisições de legal claims no mercado de futebol.
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