Casares anunciou Fundo de Investimento em Direitos Creditórios (Foto: Reprodução/Instagram) |
O espaço para a torcida são-paulina retorna aqui no AVANTE MEU TRICOLOR. Nosso colaborador Guilherme Conde, jornalista e fanático tricolor (@guidavidconde), opina sobre a atual situação financeira do clube, que acaba refletindo no futebol, após más gestões nos últimos anos. Confira abaixo!
Caímos nas copas. Tivemos – até o mês passado – o sonho do bicampeonato da Copa do Brasil e do tetra da Taça Libertadores da América. Agora, o extracampo assume todos os holofotes quando o assunto é um dos clubes mais importantes do mundo. Sem clubismo, é fato.
Entre terça (2) e quarta-feira (3) da semana passada, foi anunciada (e aprovada em Conselho) a criação do Fundo de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC, popularmente chamado de “fídíqui”) do São Paulo para (tentar) amortizar as dívidas do clube até o centenário, daqui a um pouco mais de cinco anos. Em “pronunciamento” do presidente “da república são-paulina”, Júlio Casares, entre outras linhas, afirmou: “torcida, daqui em diante, vai como der!”.
Você se pergunta, como assim, “vai como der”?
Não existe prova maior que o futebol mudou do que o próprio ranking da FIFA. Veja onde está o Brasil. Lembre os últimos desempenhos da Seleção Brasileira (que vai jogar nesta semana, valeu Dorival! – contém ironia). Se o futebol mudou, os clubes também mudaram.
Quando se falava de clube sob gestão associativa, o São Paulo sempre foi pioneiro, o chamado clube de vanguarda. Foi.
A derrocada começou no terceiro mandato de Juvenal Juvêncio. Afinal, como diria Ricardo Leite (Rádio ABC/Rádio São Paulo Digital): “A fatura chegou”.
Enquanto lutamos para continuar na Série A durante a seca de títulos que, embora durou quase uma década (que não é, nem de longe, a maior seca entre os principais rivais), Flamengo, Botafogo, Atlético-MG e Palmeiras, ou se tornavam sociedades anônimas do futebol, ou tiveram suas gestões redefinidas.
Amigo torcedor, amiga torcedora: não foi coincidência a queda da Copa do Brasil para o Atlético-MG e a nossa eliminação na Taça Libertadores para o Botafogo. Também dizia Sigmund Freud: “todo sintoma tem origem”.
Esse FIDC pode ser a chance de nós, tricolores, comemorarmos nosso centenário além-campo de uma maneira decente, digna. Aliás, voltando para o futebol per se, não há (tantos) motivos para se preocupar nos próximos anos em relação à competitividade.
Mesmo “na seca”, chegamos à semifinal da Libertadores em 2016 e à final da Copa Sul-Americana de 2022.
Por isso, mesmo com as últimas atuações vergonhosas – principalmente a do último sábado (5) –, a permanência de Luís Zubeldía é de extrema importância neste início de processo de reestruturação financeira.
Por fim, pelo futebol, a camisa pesou e por um pênalti, não seguimos na Libertadores (ah, Rodrigo Nestor!). Fomos eliminados pela questão do próprio clube.
E o São Paulo não pode ser mais só futebol. Tem que voltar a ser diferente.
O clube!
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