Casares ao lado de diretores em partida do Paulistão (Miguel Schincariol/SPFC) |
RAFAEL EMILIANO
@rafaelemilianoo
ALEXANDRE GIESBRECHT
@jogosspfc
do ANOTAÇÕES TRICOLORES
Após terminar o primeiro semestre com déficit de aproximadamente R$ 185 milhões, rombo sete vezes maior que o estimado pela gestão Julio Casares, o São Paulo analisa onde ocorrem algumas sangrias que vêm afetando o caixa do clube. E o Sócio-Torcedor mais do que merece um olhar mais atento nesta questão.
Segundo dados de arrecadação do programa, disponíveis nos dados de transparência do site oficial, mesmo jogando a Copa Libertadores nesta temporada, o Tricolor teve queda considerável de arrecadação nesta temporada na comparação com o ano passado.
De acordo com os números até agosto (veja mais abaixo), os últimos tabulados de todo este ano disponíveis no site oficial, o São Paulo arrecadou cerca de R$ 15,2 milhões.
A quantia total nos oito primeiros meses do ano significa somente 32,6% de tudo o que o clube do Morumbi conseguiu de receitas com o Sócio-Torcedor pelo ano passado inteiro, quando conquistou pela primeira vez a Copa do Brasil.
Contando somente números até agosto, o Tricolor acumulou R$ 23.717.832,20 de receitas com o programa no ano passado. Ou seja, 6,4% a mais do que nesta temporada.
Parece pouco, mas o buraco é mais embaixo...
Se pegarmos os dados do ano inteiro, disponíveis justamente até agosto, vemos que as receitas despencaram 37,5%.
Se for mantida a mesma média até o fim do ano, esse percentual deverá passar de 50%, o que representaria mais de R$ 20 milhões a menos.
Considerando apenas agosto, a queda já é exemplificada, com um queda de 57% na receita.
O curioso é que essa diminuição da arrecadação não acompanha o número bruto de sócios-torcedores, que na comparação entre os meses teve queda irrisória de 0,36%.
Alguém pode argumentas que as receitas não acompanham necessariamente a quantidade de STs, e isso é verdade, porque os planos têm preços diferentes, e também foi informado que a quantidade de associados no plano Diamante, o mais caro, tem diminuído recentemente. O problema é que, ao longo de agosto, houve um aumento nesse plano, que passou de 13,3 mil pessoas para quase 13,6 mil. As proporções nas demais faixas de preços também não foram radicalmente alteradas, a ponto de sugerirem quase R$ 4 mihões a menos de faturamento.
Se em 2023 o São Paulo registrou um déficit de mais de R$ 60 milhões com arrecadações recordes em premiações, bilheteria e sócios-torcedores, imagine de quanto não será o rombo neste ano, em que esses itens não chegarão nem perto dos números do ano passado.
BURACO
O AVANTE MEU TRICOLOR apurou que o balanço semestral do São Paulo desta temporada apresentou déficit de aproximadamente R$ 185 milhões.
O rombo é sete vezes maior que o estimado pela gestão Casares, que esperava uma sangria pouco maior de apenas R$ 25 milhões.
Nas contas passadas por fontes ouvidas pela reportagem, o departamento de futebol é um dos principais responsáveis pela bola de neve das finanças. Fechou o semestre no vermelho em R$ 33 milhões, enquanto no planejamento aprovado pelo Conselho Deliberativo no fim do ano passado a projeção era de lucro de R$ 55 milhões.
Internamente, a justificativa é a de que o número geral, mesmo que insatisfatório, é justificável pela não negociação de jogadores.
O Tricolor esperava faturar grande com as vendas principalmente do volante Pablo Maia e do meia Nestor, mas ambos se contundiram e prejudicaram as negociações. Com outros nomes, como o ponta William Gomes, há o entendimento de que segurá-lo pode ser melhor para uma valorização ainda maior.
Até aqui, o Tricolor angariou R$ 79 milhões com negociações de jogadores, seja ele vendendo diretamente ou abocanhando o mecanismo de solidariedade por transferências internacionais de outros clubes.
O número não é baixo, mas ainda está bem atrás dos R$ 170 milhões estimados na projeção da diretoria aprovada no Conselho para este ano.
Importante ressaltar que ano passada, o São Paulo fechou o faturamento com déficit de R$ 62,2 milhões, mas houve atenuantes como a conquista da Copa do Brasil e a venda do zagueiro Beraldo ao PSG, da França, nos últimos dias de dezembro por R$ 107 milhões.
Ou seja, para começar a amenizar o rombo do primeiro semestre o clube do Morumbi precisava classificar nas quartas de final da Copa Libertadores (acabou eliminado para o Botafogo nas quartas de final). E lutar para terminar o Campeonato Brasileiro nas posições altas.
Das projeções no início do ano, a competição mais 'cara' ao Tricolor foi o Campeonato Paulista. A previsão do clube era de chegar à final pelo menos. Acabou eliminado nas quartas de final para o Novorizontino, em pleno Morumbi.
Na Copa do Brasil, a previsão são-paulina, mesmo sendo o atual campeão, era modesta: chegar às oitavas. Caiu nas quartas, para o Atlético-MG.
A sangria são-paulina neste ano influenciou planos da diretoria para reforçar o elenco. O AVANTE MEU TRICOLOR apurou que estava nos planos realizar ao menos uma contratação de impacto. Na última janela de transferências, apenas quatro jogadores vieram, todos por empréstimo, fazendo do clube do Morumbi o oitavo que menos gastou entre os 20 que disputam o Brasileirão (apenas R4 12,4 mi ao todo).
De acordo com o Relatório Convocados, produzido pela Consultoria Convocados em parceria com a Galapagos Capital e a Outfield, a dívida do Tricolor fechou em R$ 856 milhões em 2023.
No ano em questão, o São Paulo teve alto faturamento em premiações. Somente pelo título da Copa do Brasil, o clube arrecadou R$ 88 milhões. O faturamento total foi de aproximadamente R$ 680 milhões, com um déficit de R$ 62,2 milhões.
Em 2022, a dívida do Tricolor era de R$ 716 milhões. Isso significa que os débitos aumentaram em R$ 140 milhões.
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