Meia durante partida na fatídica Copa de 2014 (Laurence Griffiths/Getty Images) |
RAFAEL EMILIANO
@rafaelemilianoo
A diretoria do São Paulo não teve uma notícia das mais animadoras no final da semana.
Apesar de ter sinalizado ao estafe que tinha interesse em repatriar o meia Oscar, de 33 anos, cujo contrato com o Shanghai Port, da China, vai somente até o final deste ano, a resposta recebida foi que a cria de Cotia deverá mesmo seguir para os EUA.
O sinal positivo do São Paulo no interesse em ter Oscar para 2025 foi revelado pelo AVANTE MEU TRICOLOR em setembro (leia mais clicando aqui).
Conforme a reportagem apura desde o início do ano, o filho de Oscar é são-paulino fanático, costuma ir ao Morumbi nos camarotes ver os jogos e pediu ao pai para que jogasse no clube de seu coração.
Pelo jeito o pedido não foi o suficiente para comover o jogador.
Nem tudo está perdido na esperança tricolor. Segundo o AMT apurou, a resposta ouvida dos empresários foi a de que Oscar prefere analisar suas opções com calma, sem focar apenas no lado financeiro.
Para os dirigentes, contudo, seria apenas uma gentileza para não recusar de cara o clube do Morumbi.
Oscar já pode acertar vínculo com quem bem entender.
Recentemente, o meia de 33 anos afirmou em entrevista à 'Folha de S, Paulo' que vai deixar o país asiático, onde é um dos jogadores mais bem pagos do mundo, com salário anual de 24 milhões de euros (cerca de R$ 128,3 milhões).
O namoro entre São Paulo e Oscar não é novo. Em maio, o AVANTE MEU TRICOLOR já havia revelado o aceno do presidente Julio Casares para Giuliano Bertolucci, empresário de Oscar.
Na ocasião, foram passados valores de quanto o clube podia, de fato, pagar ao meia para que ele volte ao Morumbi após o término de seu contrato.
A coisa mudou, já que desde então os cofres tricolores ganharam um fôlego com a saída do astro colombiano James Rodríguez.
A reaproximação entre Oscar e São Paulo veio em fevereiro, após familiares do meia conversarem com Casares e revelarem o sonho dele em vestir de novo a camisa tricolor. Mas que havia receio pela forma como Oscar deixou o clube em 2010 (leia mais abaixo).
Isso após Oscar quase vestir a camisa do Flamengo, com quem acertou contrato, mas não conseguiu a liberação do clube chinês. O jogador chegou a ir com a delegação do time carioca ao Morumbi para o duelo entre as equipes pela semifinal da Copa do Brasil de 2022.
O Flamengo continua no páreo. Isso o São Paulo já sabe. Mas descobriu que Internacional e clubes dos EUA também têm interesse.
O recado de Casares segue o mesmo: o clube do Morumbi não entrará em leilões. Se Oscar quiser, volta pelo amor e a chance de se redimir. Mesmo assim, se antecipar faz parte da tática para tentar resolver, ou não, a negociação.
O CASO
Aos 18 anos, Oscar entrou na Justiça contra o São Paulo no dia 18 de dezembro de 2009. Ele alegou que, quando tinha 16 anos, foi coagido pela diretoria tricolor a assinar por cinco anos, o que é proibido pela Fifa, que permite renovações de, no máximo, três anos - quando o atleta é formado pelo próprio clube. O Tricolor alega que Oscar conseguiu sua emancipação e, por isso, firmou um contrato com período maior. O meia ainda reclamou de estar com os salários e FGTS atrasados desde setembro de 2008.
Em primeira instância, Oscar foi vitorioso e conquistou a liminar que o tornava dono dos próprios direitos federativos. Menos de uma semana após, o São Paulo conseguiu cassar essa liminar, o que fez com o que contrato do atleta, que acaba em dezembro de 2012, voltasse a ter validade.
Oscar e o São Paulo passaram cerca de seis meses entre tentativas de acordo e disputas judiciais. Em junho de 2010, o meia conseguiu a liberação de seu vínculo e assinou com o Internacional, clube que pagou 3 milhões de euros (R$ 7,2 milhões) por 50% dos seus direitos federativos.
O Tricolor, então, entrou com várias ações até que, no dia 8 de fevereiro, em decisão da 16ª Vara do Trabalho de São Paulo, o atleta voltou a ter vínculo com o time paulista.
Foi então que o Internacional se mobilizou e procurou o Tricolor para tentar colocar um ponto final na questão. Os gaúchos fizeram duas propostas: R$ 8 milhões e mais 10% dos direitos federativos ou R$ 10 milhões pela cessão de 100% dos direitos. Nenhuma das duas foi aceita pelo clube do Morumbi que, em determinado momento, se manifestou e estipulou o passe do atleta em R$ 17 milhões. No dia 27 de abril daquele ano, Oscar conseguiu um habeas corpus para que pudesse voltar a jogar, o que não acontecia desde o dia 17 de março. O ministro Guilherme Caputo Bastos, que concedeu o habeas corpus, realizou uma nova audiência de conciliação e chegou-se então ao valor que agradou a todas as partes.
Após meses de negociação, as partes chegaram a um acordo e bateram o martelo por R$ 15 milhões, que corresponde à multa rescisória do contrato do atleta (estipulado em R$ 9,5 milhões), acrescido de juros e de uma indenização pedida pelo clube do Morumbi por perdas e danos pelo período de litígio.
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