MARCIO MONTEIRO E RAFAEL EMILIANO
Como acontece em toda segunda-feira no CT da Barra Funda, os dirigentes do São Paulo se reúnem para debater assuntos diversos, mas especialmente focados no desempenho do time.
E nesta segunda (7), mesmo com o elenco de folga, a diretoria de futebol se reuniu com o coordenador de futebol, Muricy Ramalho, para começar a definir os rumos do Tricolor neste fim de ano. A novidade da conversa, no entanto, foi que ela não contou com a presença de Luis Zubeldía, técnico que sempre participa das reuniões semanais.
São duas eliminações em sequência, nas copas do Brasil e Libertadores, além de fraco desempenho nos últimos jogos pelo Brasileirão, especialmente na derrota por 2 a 0 para o vice lanterna Cuiabá.
Isso tudo faz com que a permanência de Luis Zubeldía não esteja mais totalmente assegurada no São Paulo para a próxima temporada.
Nos últimos dias, mesmo antes da patética derrota para o Cuiabá, muito se comentou sobre uma suposta ‘fritura’ do treinador dentro do clube, o que foi negado em entrevista pelo presidente Julio Casares.
A panela de pressão, no entanto, está ebulindo. Em suas palavras tentando defender Zubeldía, Casares usou os clássicos termos ‘o técnico está prestigiado’ e ‘o futebol é dinâmico’.
Oras, se há uma confiança absoluta sobre o trabalho do atual treinador, para que usar o termo ‘o futebol é dinâmico’? Quer dizer que Zubeldía ainda está em avaliação para 2025 dependendo dos resultados até o final do ano?
A avaliação é constante, mas agora os nove jogos restantes do Tricolor até o final do ano serão determinantes para a decisão do clube ao final da temporada.
Uma classificação direta a Libertadores, em caso de G4 no Brasileirão, praticamente assegura a continuação do argentino à frente do cargo. Caso tenha que disputar a fase eliminatória para o torneio, dependendo de como tenha sido o desempenho do time, Zubeldía também deve permanecer.
Mas um final de ano sem a vaga para a Copa Libertadores 2025 decreta praticamente a saída do treinador do São Paulo sem nem mesmo completar um ano no clube do Morumbi.
Uma ala interna do Tricolor já não quer mais Luis Zubeldía como técnico, mas a alta cúpula ainda mantém seu cargo assegurado. As reuniões e resultados das próximas semanas irão revelar os novos rumos do futuro são-paulino.
O São Paulo tem problemas muito maiores que Luis Zubeldía. Claro que há críticas, assim como elogios, ao desempenho do treinador, especialmente quanto a manutenção de alguns veteranos no time, preterindo a entrada de alguns jovens que pedem passagem, como William Gomes, no melhor dos exemplos.
O clube, no entanto, vive sempre no limite das finanças, e tem uma dívida praticamente impagável, tanto que Casares conseguiu aprovar junto ao Conselho a criação do "Fundo de Investimentos em Direitos Creditórios São Paulo Futebol Clube", em parceria com a Galapagos Capital e com a OutField.
Os recursos captados pelo fundo serão utilizados para reestruturar o endividamento bancário e otimizar as fontes de capital de giro do clube, diminuindo o custo financeiro e aumentando o prazo da dívida. Além disso, será implementada uma nova política de governança alinhada com as melhores práticas de mercado, para garantir a sustentação da reorganização financeira a longo prazo.
Mas isso não sairá da noite para o dia. O presente do São Paulo ainda é sem muita verba para contratações de impacto para a próxima temporada.
Junto ao fator financeiro, está o péssimo desempenho dos principais nomes da equipe, os também de maior salário, como Lucas, Luciano, Rafinha e Calleri, além de fracas atuações do time em geral nas partidas decisivas deste ano.
Após os três dias de folga, mas com muito trabalho da diretoria, o elenco do São Paulo volta as atividades no CT da Barra Funda na tarde da quarta-feira (9), quando começa a se preparar para o duelo contra o Vasco, pelo Brasileirão, somente no próximo dia 16.
0 Comentários