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Viagem aos EUA com os titulares e início do Paulistão com os reservas: o plano do São Paulo até aqui

Casares durante reunião da FPF para decidir Paulistão (Rodrigo Corsi/Agência Paulistão)

RAFAEL EMILIANO
@rafaelemilianoo

Uma resposta dada por Lucas Moura, um dos líderes do elenco do São Paulo, a uma postagem do presidente Julio Casares nas redes sociais com a entrevista dada após o evento de lançamento do Campeonato Paulista do ano que vem escancarou o que todos já sabiam: o plantel tricolor não está nada satisfeito com a decisão da CBF de privilegiar o quarteto nacional que disputará o tal Super Mundial de Clubes no ano que vem.

Por causa de Palmeiras, Flamengo, Fluminense e o futuro campeão da atual Copa Libertadores (Atlético-MG ou Botafogo), o próximo Campeonato Brasileiro será paralisado por cerca de quatro semanas por completo.

E aí que a reação em cadeia é avassaladora. Os estaduais tiveram seu início programado para a segunda semana de janeiro (dia 8) e o próprio Brasileirão terá seu fim programado para a segunda quinzena de dezembro.

Ou seja, quem não disputará a competição mirabolante bolada pela Fifa para ganhar mais dinheiro e tentar rivalizar em importância com a Liga dos Campeões da Uefa, que se lasque.

E a solução encontrada pela entidade chefiada por Ednaldo Rodrigues será a de os clubes darem apenas 15 dias de férias aos jogadores após o fim do atual Brasileirão (previsto para 8 de dezembro). O restante do período de justo descanso aos atletas seria concedido justamente na pausa forçada da principal competição nacional, em junho de 2025.

Sem entrar no mérito sobre a muvuca que essas mudanças gerarão no calendário em 2026, vamos focar só no próximo ano, onde o São Paulo se evidencia como um dos claros prejudicados.

O Tricolor anunciou não faz nem 15 dias que realizaria sua pré-temporada nos EUA, onde jogará dois amistosos, um deles contra o Cruzeiro. E o anúncio tardio da CBF do calendário nacional para o ano que vem enfureceu Casares. E mostrou o espírito interno dos jogadores do clube. "Desumano", resumiu Lucas.

Seja como for, o mandatário são-paulino conseguiu amenizar algumas questões na reunião com os cartolas paulistas. Foi o porta-voz do pedido de mudanças regulamentares no Paulistão, ante a passividade dos representantes rivais, e conseguiu ampliar o número de inscritos para o Paulistão. Serão agora 30 na chamada lista A, a principal (antes eram 26), e dez na lista B, com jogadores da base (antes eram sete).

Trata-se de uma mera manobra para que Casares ganhe subterfúgios para que seu departamento de futebol decida de vez o que fazer ano que vem. Não há consenso interno. E o próprio mandatário deixou claro isso nas respostas dadas aos colegas jornalistas (você pode ver tudo no vídeo abaixo). Falas de que os garotos da base jogarão a Copa São Paulo de juniores, o Tricolor encarará o Paulistão com força máxima e outras frases que tiveram sim seu impacto, mas pouco elucidativas na prática.

Fato é que, conforme o AVANTE MEU TRICOLOR apurou e já revelou anteriormente, o clube ainda não sabe o que eu fazer. A viagem aos EUA é uma obrigatoriedade do próprio presidente, que bateu o pé sobre a questão quando seus subordinados levantaram a possibilidade de se desistir. 

A reportagem apurou que a condição de Casares é clara: viajaremos. E vocês decidam como quiserem os outros assuntos.

E assim será feito nos próximos dias. Um panorama inicial aponta que o elenco se reapresentará logo após as festas de final de ano. E só então o técnico Luis Zubeldía, que irá aos EUA, fechará o grupo de pelo menos 25 nomes que embarcam à gringa, tendo em mente um time base para a Libertadores.

O restante, basicamente reservas e jovens que estão se destacando no sub-20, deverá ficar por aqui. E jogaria o início do Paulistão sob as ordens de Milton Cruz ou um dos auxiliares do argentino.

O assunto será debatido com profundidade na reapresentação do grupo nesta quinta-feira (14), no CT da Barra Funda.

Casares conseguiu mais um alento da FPF: a promessa de que a estreia são-paulina no Estadual poderia ser adiada, assim como a segunda rodada. Mas só se o clube conseguir a classificação direta à fase de grupos da Libertadores, por conta de calendário. As datas reservadas para participações paulistas nessa etapa da disputa continental (e também jogos paulistas nas fases iniciais da Copa do Brasil) seriam ocupadas por esses jogos do Tricolor.

Uma coisa, é fato: ninguém no São Paulo ou FPF levou a sério o pedido de Ednaldo à Conmebol para que os brasileiros entrem direto na fase de grupos da Libertadores no ano que vem. Com pressão mais do que forte de outros países para diminuir o número de equipes nacionais, seria um tiro no pé político da entidade continental.

Mas diante de toda loucura que se formou sobre o calendário da bola em 2025, uma a mais ou uma a menos não faria diferença nenhuma... 



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