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Há 43 anos, Máquina Tricolor se consagrava e entrava para a história com a conquista do bi Paulista

Renato festeja o gol que abriu caminho para o título histórico (Morumbiteca)

RAFAEL EMILIANO
@rafaelemilianoo

No dia 29 de novembro de 1981, o São Paulo superou a Ponte Preta, no Morumbi, vencendo o time campineiro por 2 a 0, gols marcados por Renato e Serginho, e conquistou o Campeonato Paulista daquela temporada – o 13º da história do clube.

Detentor do título estadual de 1980, o São Paulo defendia o status de campeão em 1981, embora não tenha começado bem nesse confuso campeonato. Na primeira fase do primeiro turno do Paulistão, o Tricolor terminou somente na 11ª posição, não se classificando para a decisão dessa etapa (a campeã, a Ponte Preta, garantiu vaga na decisão da competição).

A campanha são-paulina na fase inicial do Paulistão, somada ao triste vice-campeonato do Campeonato Brasileiro de 1981 (vencido pelo Grêmio, poucos tempo antes), levou a mídia e torcedores mais reticentes a questionar a capacidade do Tricolor em buscar o bicampeonato estadual.

A diretoria são-paulina, então, mudou o rumo do time para o segundo turno: o técnico campeão de 1980, Carlos Alberto Silva, deixou o time. Formiga assumiu (temporariamente, João Leal Neto comandou algumas partidas ainda no primeiro turno).

O elenco também foi reforçado pontualmente: o experiente e ótimo Mário Sérgio foi contratado (Zé Sérgio, contundido, perdeu praticamente o torneio inteiro).

O clube continuou apostando em talentos consagrados, como Waldir Peres, Getúlio, Oscar, Darío Pereyra, Everton, Renato e Serginho, que formavam a espinha dorsal do time, e em jovens promessas, como o lateral Nelsinho.

Destaque também para o motor do elenco, Almir. O volante foi o jogador mais utilizado pela comissão técnica na competição (49 jogos).

O segundo turno foi também disputado em duas etapas: a primeira, chamada de fase de classificação, e a segunda, chamada de fase regular, mas cada uma dava vagas para a fase semifinal (de dois grupos de quatro times), de onde sairiam os finalistas do returno.

Apesar de tropeços frente ao Taubaté (na fase de classificação) e ao São Bento, a Ferroviária e ao Comercial, o time foi se encaixando e engrenando, fazendo jus por merecer o apelido de A MÁQUINA.

O Tricolor conseguiu índice técnico classificatório em ambas as fases: venceu o triangular classificatório da primeira fase (contra Palmeiras e Corinthians) e liderou a fase regular da segunda fase (contra 19 clubes). Aqui, o destaque foi o massacre perpetuado em cima do rival do Parque Antártica: uma impiedosa goleada por 6 a 2.

Na etapa semifinal, venceu também o seu grupo (com Corinthians, Guarani e XV de Jaú), com direito a uma bela vitória por 2 a 0 sobre o rival alvinegro, qualificando-se assim, enfim (ufa!), para a final do turno, contra o São José.

Contra a equipe do interior, o Tricolor perdeu a primeira partida (0 a 1), mas venceu a segunda (3 a 2), conquistando o título do segundo turno e a vaga na final (final mesmo) do Campeonato Paulista, que seria realizada com o time campeão do primeiro turno: a Ponte Preta.

Os dois jogos decisivos foram no Morumbis. No primeiro, a Ponte Preta até assustou: Toninho Oliveira marcou contra o Tricolor aos 26 minutos e, somente aos 21 do segundo tempo, Serginho Chulapa empatou. O jogo assim terminou, em 1 a 1.

A partida final, no dia 29 de novembro, contudo, foi bem diferente, apesar do desfalque de Éverton, que, como o leão que fora na primeira partida, acabou advertido e suspenso da grande decisão. Waldir Peres, Marinho Chagas e Renato dominaram o jogo. O último, além de correr demais e lutar na marcação, ainda abriu o placar para o São Paulo, aos 37 minutos do primeiro tempo.

Serginho Chulapa foi um capítulo especial, à parte. Estava retornando de contusão, ainda sentindo dores, e seguramente não fez uma grande apresentação naquela partida. “Eu sei que joguei mal e não fiz nada o jogo inteiro. Mas artilheiro não tem que jogar bem. Tem é que fazer gols“. Disse o camisa 9 são-paulino à Revista Placar (602/1981).

Certo, nem parece que o gol que Serginho marcou, aos 41 minutos do segundo tempo, decretando o placar da partida e o título são-paulino, foi um mero gol, comum, e não o golaço que o centro-avante protagonizou, dando um belíssimo chapéu no goleiro Carlos e pondo fim, de vez, a qualquer pretensão da equipe campineira.

Prestes a terminar o jogo, veio a chuva para lavar a alma são-paulina. Com o resultado, o São Paulo sagrou-se campeão paulista pela 13ª vez na história.















 

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