Dirigente e treinador conversam no CT da Barra Funda (Instagram) |
RAFAEL EMILIANO
@rafaelemilianoo
O diretor de futebol do São Paulo, Carlos Belmonte, praticamente assegurou a permanência de Luis Zubeldía como técnico do São Paulo para 2025, em entrevista ao portal 'Globo Esporte'.
Se o presidente Julio Casares tentava manter uma cautela em falar do planejamento para a próxima temporada com o argentino no comando, Belmonte, por sua vez, enalteceu o comandante de sua equipe e tratou de assegurar que o cargo de Zubeldía jamais esteve ameaçado.
"A gente viu muito essa conversa sobre 'Zubeldía sair' ou 'Zubeldía não sair', mas aqui, internamente, nunca sequer conversamos sobre isso. Temos feito reuniões sistemáticas com ele, quase que uma vez por semana, discutindo o planejamento para a temporada 2025. Até porque não temos uma quantidade de recursos grande, então temos que trabalhar quem vai ficar, quem não vai, entender quem a gente precisa, quais posições, tudo isso ele tem feito. Eu não vejo nenhum movimento que possa tirar o Zubeldía daqui", disse.
O dirigente procurou defender Casares do posicionamento de não garantir a permanência de Zubeldía publicamente. Segundo ele, fatores externos podem interferir no planejamento de contar com o argentino, o que impede a certeza do futuro.
"Nunca cravamos porque tem também o ponto de vista do treinador. Lá atrás ele teve uma proposta da seleção do Equador, não sabemos o que vai acontecer. Às vezes ele pode ter uma proposta e querer ir embora. O que posso dizer é: estamos muito felizes com o trabalho, o resultado no Brasileiro é o melhor dos últimos anos, competimos muito bem, apesar das eliminações nas copas. Estamos muito satisfeitos com ele, nossa relação é ótima, a relação do elenco com ele é ótima, do Zubeldia com o todo é ótima. Ao meu ver, a continuidade do Zubeldía é quase óbvia", completou.
"Mas ele tem dito claramente que está muito feliz, né? Nosso trabalho está indo muito bem, o trabalho é muito bom. Temos bastante tranquilidade, acho que a permanência do Zubeldía vai (se dar) por si só, é assim que a gente trabalha, por isso temos feito todas as reuniões de planejamento", assegurou o dirigente.
Ainda de acordo com Belmonte, sua relação e de toda a diretoria de futebol com Zubeldía é a melhor possível.
"A nossa relação é muito boa. Eu converso com o Zubeldía três ou quatro vezes por semana, eu, o Rui (Costa, gerente de futebol) e o Nelson (Ferreira, funcionário do departamento). O Muricy (Ramalho, coordenador) fala com ele todo dia. E praticamente em toda viagem a gente faz uma reunião para conversar sobre futebol, sobre como está o time, quem está rendendo bem, quem não está, como ele está vendo as situações. Tenho um hábito que a gente criou aqui quase todo treinamento de sábado, pré-jogo, eu fico só eu e ele 1h, 1h30 ao final do treino debatendo como vai ser o time, o que ele está pensando, como ele vê o adversário. A relação é muito boa, mas ela não é muito diferente do que tinha sido com o Dorival, com o Rogério, com o Carpini e com o Crespo. A gente sempre teve esse relacionamento com os treinadores. A gente sempre conversa de futebol com os treinadores em níveis diferentes. O Muricy, como coordenador técnico, conversa mais das questões técnicas. A gente, como diretoria, conversa mais sobre questões conceituais e também como a gente vai trabalhar a Copa do Brasil, Libertadores, o Brasileiro, como os times vão jogar, que situação nós vamos forçar um pouco mais ou forçar um pouco menos", apontou.
O dirigente ainda tratou de colocar o posicionamento de seu técnico sobre a promessa de corte de gastos pela qual vai passar o São Paulo na próxima temporada, quando por conta de um fundo de investimentos assinado precisará instaurar um teto orçamentário para o futebol profissional. Esse seria um motivo que teria desagradado o argentino, conforme revelou o portal 'UOL', mas Belmonte desmente a informação.
"Ele já conversou com a gente sobre isso, mas ele tem muita confiança no que a gente faz, porque a gente faz junto. Para nós, do futebol, não muda tanto a questão do fundo, a gente sempre teve pouco recurso aqui. Claro que agora a gente sabe que tem que ter saídas para ter entradas. É um pouquinho diferente. A gente tem que casar mais saídas e entradas. Antes a gente podia eventualmente conseguir uma entrada de um atleta para depois fazer uma saída. Agora, por causa do fundo, a gente tem que ter o cuidado de as coisas estarem casadas", disse.
"Mas ele sabe, e para nós do futebol continua a mesma situação. Nesta janela, a gente trouxe quatro jogadores por empréstimo (Ruan, Jamal Lewis, Santi e Marcos Antônio). Então a gente vai continuar trabalhando nesse mercado que a gente já atua, não é muito diferente. A gente teve pouca margem para grandes contratações do ponto de vista financeiro. Então, continua igual, não tem muita alteração", concluiu.
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