Pablo Maia é favorito a ser negociado em breve (Erico Leonan/SPFC) |
RAFAEL EMILIANO
@rafaelemilianoo
Longe de ser uma novidade, o diretor de futebol do São Paulo, Carlos Belmonte, reiterou em entrevista publicada neste sábado (9) pelo portal 'Globo Esporte' que o torcedor tricolor pode mesmo esperar por vendas de alguns jogadores do atual plantel na janela de transferências que se abrirá no final do ano.
"Ah, sempre tem, né? A necessidade de venda nós temos. É uma preocupação nossa, porque nós não temos ativos, nós montamos um elenco com alguns jogadores mais veteranos, um time, vamos dizer, mais cascudo e com espaço para alguns jovens. Pablo Maia era um jovem que estava em alta, mas que se contundiu. Agora terá todo o primeiro semestre que ele vai jogar para a gente entender como o mercado vai olhar para ele no meio da temporada, no mercado quente da Europa", disse.
"Tem os caras que a gente não gostaria que saíssem, mas eu não posso dizer pela situação que São Paulo vive, pela questão financeira. Eu não posso dizer que um jogador é inegociável, porque se chegar uma proposta muito alta, e a gente avaliar que é uma proposta boa, qualquer jogador pode sair. A gente tem uma espinha dorsal, queremos mantê-la, mas eu não posso dizer que "esse, de jeito nenhum". Não tem ninguém que seja "de jeito nenhum". O Pablo Maia, por exemplo, a gente acha um jogador fundamental para a gente. É um jovem. Mas se chegar uma proposta no meio do ano, de valores altos, pela carreira dele e pela nossa necessidade financeira, eu vou ter que dizer "ok"", completou.
O AVANTE MEU TRICOLOR revelou em setembro que o balanço semestral do São Paulo desta temporada apresentou déficit de aproximadamente R$ 185 milhões.
O rombo é sete vezes maior que o estimado pela gestão Casares, que esperava uma sangria pouco maior de apenas R$ 25 milhões.
Nas contas passadas por fontes ouvidas pela reportagem, o departamento de futebol é um dos principais responsáveis pela bola de neve das finanças. Fechou o semestre no vermelho em R$ 33 milhões, enquanto no planejamento aprovado pelo Conselho Deliberativo no fim do ano passado a projeção era de lucro de R$ 55 milhões.
Internamente, a justificativa é a de que o número geral, mesmo que insatisfatório, é justificável pela não negociação de jogadores.
O Tricolor esperava faturar grande com as vendas principalmente do volante Pablo Maia e do meia Nestor, mas ambos se contundiram e prejudicaram as negociações.
Até aqui, o Tricolor angariou R$ 79 milhões com negociações de jogadores, seja ele vendendo diretamente ou abocanhando o mecanismo de solidariedade por transferências internacionais de outros clubes.
O número não é baixo, mas ainda está bem atrás dos R$ 170 milhões estimados na projeção da diretoria aprovada no Conselho para este ano.
Importante ressaltar que ano passada, o São Paulo fechou o faturamento com déficit de R$ 62,2 milhões, mas houve atenuantes como a conquista da Copa do Brasil e a venda do zagueiro Beraldo ao PSG, da França, nos últimos dias de dezembro por R$ 107 milhões.
"A postura é a mesma. A gente já fez a alteração de postura no ano de 2022, ou seja, a gente precisa vender, sabe da necessidade, mas a gente não entrega o nosso jogador se ele não for valorado no que a gente acha que deve ser. Foi assim com o Beraldo. Teve proposta: "não, por esse valor, não". No fim do ano veio nova proposta (do PSG): "por esse valor sim". Nós não vamos nos desfazer (de jogadores)", disse Belmonte.
O dirigente evitou citar casos específicos, mas respondeu sobre uma sondagem que foi vazada pelo AMT: a do lateral-direito Moreira, que tem sinalização de oferta de 4 milhões de euros do Porto, de Portugal, para trocar o Morumbi pelas Antas no início de 2025.
"Moreira não teve proposta de venda, era um empréstimo com compra fixada, mas a gente achou que não devia emprestar com passe fixado mediante performance. A gente tem evitado essa história da performance dos nossos atletas, eles são atletas do São Paulo. Evitamos emprestar um jogador jovem e, se ele performar, vender. Não, ele já é do São Paulo. Para chegar onde chegou e ter o desejo, a performance já existiu. A gente pode emprestar um atleta, mas com compra garantida futura, não mediante performance. Isso se for um atleta que a gente tenha certeza que vai performar lá fora", disse.
Mas as saídas de jogadores são-paulinos não serão apenas por venda. Empréstimos estão na mira. E mais um caso revelado por nossa reportagem foi repercutido com o cartola: os planos para repassar nomes como o do zagueiro Matheus Belém, encostado na Barra Funda, para outros clubes no ano que vem.
"Isso ainda está na formatação de como o Zubeldía vai ver o elenco do ano que vem. Mas você deu um exemplo, eu acho que o Mateus Belém tem jogado pouco. Nós temos muitos zagueiros. Se não venderem nenhum zagueiro, muito provavelmente o Belém vai jogar menos, então talvez seja um jogador de empréstimo. Mas é muito cedo dizer, vamos supor que chegue uma proposta agora para um dos zagueiros. Aí talvez abra espaço para ele. Tudo isso ainda está um pouco distante", disse.
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