André Silva festeja o seu gol: sorte e competência tricolor (Marcelo Zambrana/Agif) |
RAFAEL EMILIANO
@rafaelemilianoo
O São Paulo está classificado para a Copa Libertadores de 2025. Pelo menos na fase preliminar dela.
Na noite deste sábado (23), o Tricolor conseguiu um empate até certo ponto redentor por 2 a 2 com o Atlético-MG, em pleno Morumbi, após levar o gol mais rápido da atual edição do Campeonato Brasileiro e assustar a torcida com um início de jogo que prometia proporcionar uma noite de frustração.
Mas a coisa foi se acertando para o São Paulo no decorrer do duelo. Um gol contra desestabilizou o sistema defensivo dos visitantes e permitiu ao time de Luis Zubeldía crescer, impor o seu jogo e fazer o resultado mínimo para cumprir o objetivo de voltar à principal competição continental pelo Brasileirão, algo que o Tricolor não conseguia há quatro anos.
O resultado deixa o São Paulo completamente isolado na sexta posição com 58 pontos, sem ter como ser alcançado pelos postulantes atrás na tabela nos três jogos restantes da temporada.
O objetivo agora é se garantir de forma direta na fase de grupos da Libertadores, o que o resultado desta noite complica um pouco os planos (o clube fica quatro pontos atrás do Internacional, que ainda não jogou na rodada) e faz aumentar a torcida para o Botafogo ser campeão deste ano do torneio continental (contra o próprio Galo), fazendo abrir mais uma vaga brasileira naquela etapa.
Foi um primeiro tempo de fortes emoções para esquentar o frio que fazia no Morumbi. E não necessariamente dos mais empolgantes para os são-paulinos. Isso porque os mineiros chegaram ao seu gol logo no primeiro lance do jogo.
Aos 36 segundos, Hulk arriscou o chute de fora da área, a bola bateu no travessão e sobrou livre, leve e solta para Paulinho finalizar às redes. O VAR até revisou a jogada por um suposto impedimento, mas o tento acabou confirmando, sendo o mais rápido anotado nesta edição do Brasileirão.
Com uma escalação diferenciada em relação aos últimos jogos, o Tricolor meio que repetia sua tônica habitual. Mantinha a posse de bola, articulava, mas não conseguia desenvolver seu jogo no último terço, basicamente esbarrando no conhecido 'estilo Galo' de privilegiar a defesa e jogar por oportunidades no contra-ataque explorando a velocidade de seu setor ofensivo.
Era um cenário que o São Paulo conhece bem, afinal caiu na Copa do Brasil para o rival desta maneira. Mas as lições que ficaram parecem não terem sido aprendidas pelos alunos tricolores. Aos 18, Hulk bateu falta da intermediária e Paulinho se antecipou à marcação para testar da marca do pênalti e fazer o segundo gol do jogo para o Atlético.
Desvantagem que desperta a sensação de frustração, mas antes que as acusações de apatia caíssem sobre o escrete são-paulino, um golpe de sorte tratou de colocar o Tricolor de volta à parada. Aos 23, Igor Vinícius bateu escanteio da direita e Fausto Vera se precipitou no corte, mandando de cabeça contra a própria meta.
O lance infeliz do argentino atleticano parece ter surtido o efeito necessário de abalo para mudar o cenário do jogo. Se os visitantes até então apresentavam uma solidez defensiva, passaram então a errar no posicionamento, na marcação e possibilitaram o crescimento são-paulino.
E assim as oportunidades do empate foram surgindo. André Silva obrigava Everson a fazer boas defesa, Ferreira aparecia com intensidade na área adversária, Lucas ganhou liberdade para articular e quebrar linhas...
Era questão de tempo até o gol. E ele veio nos acréscimos. Aos 45, Lucas avançou pela direita e tocou na medida e com capricho para André Silva aparecer por trás da zaga e empatar o jogo.
E ainda houve tempo para Luiz Gustavo quase virar aos 49, acertando o travessão em um forte chute da meia-lua.
Após toda a loucura do primeiro tempo, no segundo o ritmo obviamente prometia ser menos intenso, já que se anunciava um Galo mais cauteloso com seu sistema defensivo e buscando frear o ímpeto são-paulino.
Foi o que aconteceu no desenrolar da partida. Os visitantes reforçaram suas linhas traseiras, recuaram os homens de meio-campo e não davam espaço para o São Paulo trabalhar na intermediária e buscar a criação de oportunidades claras de gol. Na única chance que o Tricolor teve, digamos, mais concreta até os 30 minutos, André Silva recebeu passe cercado pela marcação e chutou como deu, para a defesa de Everson.
E assim a partida terminou, com o restante do duelo seguindo pragmático, mas sendo o suficiente para o Tricolor conquistar sua vaga na próxima Libertadores. O clube volta a campo no dia 1º de dezembro (domingo), contra o Grêmio, fora de casa.
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