Luciano e Ferreirinha: dois homens, apenas uma vaga? (Victor Monteiro) |
RAFAEL EMILIANO
@rafaelemilianoo
As notícias sobre uma eventual saída de Luciano do São Paulo pipocam desde o fim dos jogos no calendário brasileiro. E não são à toa. Com a confirmação da contratação de Oscar para ser o sonhado meia-armador do time de Luis Zubeldía, a hipótese mais plausível é a de que o camisa 10 é o favorito para deixar a equipe titular em 2025. Mas será mesmo?
Em sua entrevista à 'ESPN', Zubeldía, sem mencionar nominalmente Oscar, importante reforçar, deu os indícios do motivo pelo qual tanto pediu a chegada de um meia-atacante centralizado ao Tricolor. Segundo ele, Lucas sempre foi um jogador para ocupar os lados do campo. Falta alguém para pensar o jogo, distribuir a bola, enfiar as jogadas com maior perigo à área, servir com maior qualidade Calleri e os pontas.
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Zubeldía tratou de elogiar os volantes brasileiros, que o encantam pela capacidade de aproximação ofensiva. Algo que, de fato, Alisson sabe fazer com maestria. Mas, segundo ele, é necessária uma maior qualidade de passe decisivo e certa despreocupação defensiva. Ou seja, a liberdade necessária para armar e pensar sem a necessidade de recomposição. Papel digno de um meia-atacante.
Oscar preenche esses requisitos. Em sua carreira, passou a maior parte do tempo na função de cérebro, o homem do meio-campo que recebe a bola da intermediária e organiza o jogo no terço final, seja encontrando os companheiros pela beirada, seja trabalhando com os próprios atacantes. E, claro, com capacidade de aparecer como peça definidora, caso o centroavante segure a zaga.
Exatamente como quer como Zubeldía, que de imediato, pelas declarações, esboça um time tricolor no 4-2-3-1. Oscar é o homem centralizado. Lucas cai pelo dois lados, direito ou esquerdo. E Calleri é o centroavante.
Sobra uma vaga. E dois nomes tidos como essenciais em 2024 a disputam. Ferreirinha, melhor contratação são-paulina do ano, surge como favorito para entrar pela esquerda. Sobra Luciano, que se de fato não exercia a função de armador, atuou com o comandante argentino como um ponta de lança que flutua dentro e fora da área, seja puxando a marcação, seja aparecendo como elemento surpresa.
Mas nem tudo são más notícias para Luciano em 2025 (caso fique, de fato). O mapa de calor de Oscar em sua última temporada pelo futebol chinês mostrou um meia que pouco atuou de fato centralizado e buscou muito o jogo pelo lado esquerdo.
Ou seja, na China, Oscar foi muito parecido com Lucas no Tricolor desta temporada. Uma opção intermediária entre meio-campo e ataque que recebia pelo lado e fazia o facão para entrar na área ou buscar algum companheiro no último terço.
Com isso, surge uma alternativa para Zubeldía. A repetição do 4-2-4, paixão de alguns, pavor de outros, em que Oscar pode ocupar a meia pela esquerda, Lucas, a direita, e Luciano seja mantido no ataque fazendo o papel de ponta de lança flutuante. Nesse caso, quem 'rodaria' nos 11 iniciais seria Ferreirinha.
A vantagem com Oscar nessa formatação seria a profundidade. Com Ferreirinha ou Rato, quase sempre as jogadas iam até a linha de fundo, forçando o recuo dos laterais adversários e congestionando a marcação sobre Calleri, que saiu mais do que devia da área para buscar espaço.
Com Oscar e Lucas, pode-se esperar um São Paulo jogando mais da intermediária, fazendo com que os laterais joguem menos recuados ou infiltrados na área, com Luciano flutuando, ajudando a puxar a marcação e deixando Calleri com mais espaço.
Seja centralizado ou pelos lados, Oscar melhora a qualidade de passe e o poder de decisão. Resta saber como Zubeldía pensa em usar o presente de Natal que ganhou.
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