Revelação da base, meia é sonho do Tricolor (Laurence Griffiths/Getty Images) |
RAFAEL EMILIANO
@rafaelemilianoo
O diretor de futebol do São Paulo, Carlos Belmonte, confirmou nesta quinta-feira (5), em entrevista ao portal 'UOL' que o clube do Morumbi de fato sonha com o retorno do meia-atacante Oscar, revelação de suas categorias de base e que anunciou oficialmente nesta tarde a sua saída do futebol chinês.
"É um jogador muito importante. Entendemos que o Oscar poderia dar um crescimento ao nosso elenco. Não temos nenhuma negociação em andamento com o Oscar no momento, mas ele é um jogador que nos interessa. Do ponto de vista financeiro, a vinda do Oscar para cá passa por mexidas no nosso elenco. Temos que fazer movimentações. Ainda não sabemos do interesse do Oscar, se ele quer voltar ao Brasil. Estamos com muita calma", disse.
"Oscar é um grande jogador, tem relação com o São Paulo. Vem de uma temporada fantástica no futebol chinês, é um meia raro. Nos ajudaria muito. Nós e o Zubeldía gostamos muito do Oscar, mas ainda está muito distante. Que há o interesse é fato. Daí em diante precisamos saber se é possível ou não dentro da situação que o São Paulo vive nesse momento", completou o dirigente.
Aos 33 anos, Oscar está livre no mercado para assinar com quem quiser após o término de seu vínculo com o Shanghai Port.
O sinal positivo do São Paulo no interesse em ter Oscar para 2025 foi revelado pelo AVANTE MEU TRICOLOR em setembro (leia mais clicando aqui).
Conforme a reportagem apura desde o início do ano, o filho de Oscar é são-paulino fanático, costuma ir ao Morumbi nos camarotes ver os jogos e pediu ao pai para que jogasse no clube de seu coração.
Segundo o AMT apurou, a resposta ouvida dos empresários foi a de que Oscar prefere analisar suas opções com calma, sem focar apenas no lado financeiro.
Oscar era um dos jogadores mais bem pagos do mundo, com salário anual de 24 milhões de euros (cerca de R$ 128,3 milhões).
O namoro entre São Paulo e Oscar não é novo. Em maio, o AVANTE MEU TRICOLOR já havia revelado o aceno do presidente Julio Casares para Giuliano Bertolucci, empresário de Oscar.
Na ocasião, foram passados valores de quanto o clube podia, de fato, pagar ao meia para que ele volte ao Morumbi após o término de seu contrato.
A reaproximação entre Oscar e São Paulo veio em fevereiro, após familiares do meia conversarem com Casares e revelarem o sonho dele em vestir de novo a camisa tricolor. Mas que havia receio pela forma como Oscar deixou o clube em 2010.
Isso após Oscar quase vestir a camisa do Flamengo, com quem acertou contrato, mas não conseguiu a liberação do clube chinês. O jogador chegou a ir com a delegação do time carioca ao Morumbi para o duelo entre as equipes pela semifinal da Copa do Brasil de 2022.
O Flamengo continua no páreo. Isso o São Paulo já sabe. Mas descobriu que Internacional e clubes dos EUA também têm interesse.
O recado de Casares segue o mesmo: o clube do Morumbi não entrará em leilões. Se Oscar quiser, volta pelo amor e a chance de se redimir. O presidente tricolor é quem trata pessoalmente da questão.
O CASO
Aos 18 anos, Oscar entrou na Justiça contra o São Paulo no dia 18 de dezembro de 2009. Ele alegou que, quando tinha 16 anos, foi coagido pela diretoria tricolor a assinar por cinco anos, o que é proibido pela Fifa, que permite renovações de, no máximo, três anos - quando o atleta é formado pelo próprio clube. O Tricolor alega que Oscar conseguiu sua emancipação e, por isso, firmou um contrato com período maior. O meia ainda reclamou de estar com os salários e FGTS atrasados desde setembro de 2008.
Em primeira instância, Oscar foi vitorioso e conquistou a liminar que o tornava dono dos próprios direitos federativos. Menos de uma semana após, o São Paulo conseguiu cassar essa liminar, o que fez com o que contrato do atleta, que acaba em dezembro de 2012, voltasse a ter validade.
Oscar e o São Paulo passaram cerca de seis meses entre tentativas de acordo e disputas judiciais. Em junho de 2010, o meia conseguiu a liberação de seu vínculo e assinou com o Internacional, clube que pagou 3 milhões de euros (R$ 7,2 milhões) por 50% dos seus direitos federativos.
O Tricolor, então, entrou com várias ações até que, no dia 8 de fevereiro, em decisão da 16ª Vara do Trabalho de São Paulo, o atleta voltou a ter vínculo com o time paulista.
Foi então que o Internacional se mobilizou e procurou o Tricolor para tentar colocar um ponto final na questão. Os gaúchos fizeram duas propostas: R$ 8 milhões e mais 10% dos direitos federativos ou R$ 10 milhões pela cessão de 100% dos direitos. Nenhuma das duas foi aceita pelo clube do Morumbi que, em determinado momento, se manifestou e estipulou o passe do atleta em R$ 17 milhões. No dia 27 de abril daquele ano, Oscar conseguiu um habeas corpus para que pudesse voltar a jogar, o que não acontecia desde o dia 17 de março. O ministro Guilherme Caputo Bastos, que concedeu o habeas corpus, realizou uma nova audiência de conciliação e chegou-se então ao valor que agradou a todas as partes.
Após meses de negociação, as partes chegaram a um acordo e bateram o martelo por R$ 15 milhões, que corresponde à multa rescisória do contrato do atleta (estipulado em R$ 9,5 milhões), acrescido de juros e de uma indenização pedida pelo clube do Morumbi por perdas e danos pelo período de litígio.
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