Presidente Julio Casares durante treino no CT, neste ano (Instagram) |
RAFAEL EMILIANO
@rafaelemilianoo
ALEXANDRE GIESBRECHT
@jogosspfc
DO ANOTAÇÕES TRICOLORES
O Conselho Deliberativo do São Paulo votará nesta segunda-feira (16) a proposta orçamentária do clube para o ano que vem. O ANOTAÇÕES TRICOLORES teve acesso aos documentos que a compõem. A previsão é de receitas na casa de R$ 859,9 milhões e despesas de R$ 815,1 milhões, gerando um superávit de R$ 44,8 milhões, que seria apenas o segundo nos cinco primeiros anos da gestão do presidente Júlio Casares.
Vale lembrar que o orçamento para 2024 também previa um superávit, bem mais modesto, de R$ 251 mil, porém até setembro foi registrado um déficit de R$ 191 milhões. Um dos motivos, que está longe de ser o único, é que a estimativa de vendas de atletas no mesmo período era de R$ 108 milhões, mas o realizado foi de apenas R$ 73 milhões, uma diferença de R$ 35 milhões, que corresponde a 18% do déficit nos sete primeiros meses do ano.
O documento inicial ainda contém detalhamentos da margem de contribuição por unidade de negócio e do fluxo de caixa, este com uma geração de R$ 231,3 milhões de caixa. Há ainda um parecer do Conselho de Administração, assinado por Casares, e um detalhamento ainda maior das receitas, num documento adicional de 15 páginas, e outro das despesas, em outro documento, este de 94 páginas.
Caso o orçamento seja cumprido à risca, o superávit será gerado apenas com a negociação de atletas: o clube prevê R$ 154,8 milhões em receitas desse tipo, sendo R$ 44 milhões já em janeiro, com mais R$ 66,1 milhões em agosto e outros R$ 44 milhões em dezembro, além de R$ 70 mil em cada um dos outros nove meses, valor provavelmente relacionado a estimativas com o mecanismo de solidariedade da Fifa e percentuais de direitos econômicos de atletas de outros clubes.
“Estão previstos três momentos de negociações de atletas”, prossegue a proposta. “Janela de janeiro, onde está prevista a negociação de no mínimo um atleta; janela de julho/agosto, onde está prevista a negociação de no mínimo um atleta com valor de mercado maior; e em dezembro.”
Também há a projeção de arrecadar R$ 279,5 milhões com direitos de televisão, um aumento de 18,1% em relação aos R$ 236,7 milhões que haviam sido orçados para 2024 — ainda não há números consolidados do realizado neste ano, mas, até setembro, o arrecadado tinha superado o orçado em pouco mais de R$ 4,7 milhões (R$ 174,2 milhões, contra R$ 169,4 milhões).
Também foi estimada uma ligeira diminuição na receita com bilheteria, que atingiu R$ 98,1 milhões em 2024 e está projetada em R$ 96,2 milhões para o próximo exercício.
Curiosamente, o documento fala em “aumento”, por comparar ao que era esperado quando de sua confecção. Além disso, esperam-se receitas de marketing na casa dos R$ 164 milhões, com as principais contribuições sendo patrocínios (R$ 97,6 milhões), o programa de sócios-torcedores (R$ 43 milhões) e o fornecedor de material esportivo (R$ 15,5 milhões).
Outras movimentações relevantes retratadas na proposta orçamentária detalhada são o fim da equipe de basquete a partir de agosto de 2025 — entre janeiro e setembro deste ano, ela registrou um resultado operacional negativo de R$ 5,4 milhões — e a suspensão do repasse à área social de 5% dos patrocínios do futebol profissional.
Esta era uma promessa de Casares quando em campanha, em 2020, que consta de seus planos de gestão, mas deixou de ser mencionada depois de criar polêmica naquele momento.
Entre as despesas, chama a atenção o fato de terem sido previstos R$ 493,4 milhões com o futebol profissional, a despeito da limitação de R$ 350 milhões imposta pela criação do fundo de investimento em direitos creditórios (FIDC) do clube. Mesmo com a correção pela inflação prevista nas regras do fundo, esse valor não chegaria nem perto de ser atingido.
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