Camisa 10 do São Paulo teve ano inconstante, que pode ter sido o último no clube (Foto: @monteirofoto) |
MARCIO MONTEIRO
Jogador que mais vezes entrou em campo pelo São Paulo em 2024 e artilheiro do time na temporada. Pelos números, Luciano deveria acabar o ano como peça indiscutível e imprescindível no time titular para a próxima temporada. Mas a situação não é tão simples assim.
O camisa 10 começou como titular de Thiago Carpini e foi o único tricolor presente nos 18 jogos sob o comando do antigo treinador. Com a chegada de Luis Zubeldía, seguiu prestigiado e jogando com o novo técnico.
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A função, no entanto, parecia não encaixar completamente com Luciano. Desde o ano passado, ainda com Dorival Júnior, o atacante disse não querer mais atuar como centroavante, e no esquema são-paulino com três homens de frente e um meia central, ele acabou fazendo às vezes de ‘maestro’ do time.
E na maioria das vezes, não funcionou. Luciano até sai da área para tentar criar algum lance com toques rápidos, mas claramente rendia mais próximo ao gol.
Luciano não tem as características que evidenciam um meia armador, como visão diferenciada, cadencia de jogo ou arrancadas em direção ao gol. O próprio Zubeldía confirmou que o camisa 10 não jogava como um central, mas sim como um segundo atacante, normalmente ao lado de Calleri.
Assim, o São Paulo jogou a maioria de suas partidas sem um meia armador, com praticamente quatro atacante e os dois volantes se aproximando para tentar construir algo.
Nas raras vezes em que Luciano não atuou na função, Lucas fez o papel, e com muito mais qualidade. Mas é inegável que o atacante tem seu valor e foi extremamente importante ao Tricolor durante o ano.
Foram 60 partidas, 48 delas como titular, com 18 gols e três assistências pelo time. As advertências, no entanto, também o deixaram na liderança do elenco.
Luciano foi líder absoluto em cartões amarelos no ano pelo São Paulo, com 21 recebidos, além de uma expulsão. No início de 2024, o atacante havia dado uma entrevista dizendo que estava mais ‘zen’ e de cabeça fresca para a temporada. Palavras ao vento.
Fato este que começou a trazer desconfianças na torcida, que já não via Luciano como grande xodó. Más atuações e o estilo esquentadinho em campo começavam a por em questão sua presença em campo.
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O ano viu ainda Luciano se tornar o terceiro maior artilheiro do século 21 do São Paulo, com 84 gols, atrás apenas de Rogério Ceni (121) e Luís Fabiano (212).
Ano chegando ao fim, Luciano com contrato até o final de 2026, tudo tranquilo pelos lados do Morumbi, certo? Errado. O atacante esquentou o mercado tricolor mesmo antes do fim da temporada.
Após derrota no Morumbi para o Juventude, ele foi questionado se ficaria para 2025. ‘Não sei’, respondeu um incomodado Luciano. A partir dali, começaram as especulações.
Já durante as férias, quando seu nome corria como provável reforço de diversos clubes, mais uma vez Luciano desconversou sobre sua permanência, dizendo não saber sobre seu futuro.
Entre os brasileiros, Cruzeiro, Santos e Atlético-MG já sinalizaram interesse no jogador. Clubes árabes também sondaram Luciano, que pode garantir um último grande contrato na carreira na Ásia.
Se sair, o mais provável é que seja para o exterior. O presidente Julio Casares declarou neste final de ano que não faz sentido reforçar um rival com Luciano. É esperar os próximos capítulos deste mercado da bola e ver o que acontece com a camisa 10 tricolor, que já tem Oscar como forte candidato a assumir o número em caso de saída.
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