Dupla de volantes foi titular na maior parte dos jogos desta temporada (Foto: Montagem AMT) |
MARCIO MONTEIRO
Luiz Gustavo e Bobadilla foram dois dos reforços do São Paulo que chegaram no início do ano para qualificar o meio-campo. O primeiro, já com mais idade em seu retorno da Europa, firmou contrato de apenas uma temporada, enquanto o paraguaio, tido como revelação de seu país, assinou até o final de 2027.
A princípio, ambos chegavam para ser reservas da consolidada dupla Pablo Maia e Alisson. Mas o futuro reservava outros caminhos para os novos reforços do Tricolor.
De início, quando perdeu Pablo Maia, Luis Zubeldía colocou Bobadilla como titular ao lado de Alisson. Algumas lesões e convocações futuras, acabaram fazendo com que Luiz Gustavo ganhasse o posto no meio do ano.
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No entanto, a dupla acabou formando o meio-campo titular do São Paulo com a contusão de Alisson. A responsabilidade seria grande. Mas ambos não comprometeram como volantes na reta final.
LIDERANÇA, ERROS CAPITAIS E CONSISTÊNCIA
Após quase 16 anos no exterior, Luiz Gustavo ainda tinha certo receio em retornar ao Brasil, devido ao fatídico 7 a 1 da Copa de 2014. Convencido de que eram águas passadas, fechou com o São Paulo, depois de temporada em que havia sido eleito o melhor volante do Campeonato Saudita pelo Al Nassr.
Fez sua estreia pelo Tricolor já no primeiro jogo do ano, entrando no 2º tempo na vitória por 3 a 1 sobre o Santo André no Paulistão. Contra a Portuguesa, quando Thiago Carpini escalou os reservas, Luiz Gustavo marcou o gol da vitória.
Mesmo não sendo dos mais artilheiros, acumula pouco mais de 50 gols em sua carreira. Neste ano pelo São Paulo, foi às redes cinco vezes, além de ter dado uma assistência.
Luiz Gustavo terminou o ano como um dos que mais jogou pelo São Paulo, 46 vezes, o 9º que mais atuou do elenco. Em 37 oportunidades, saiu como titular. Foram seis cartões amarelos recebidos e nenhum vermelho.
Suas atuações em campo dividiram os torcedores. Uma maior parte dos tricolores acham que Luiz Gustavo é muito lento, não consegue acompanhar a intensidade do futebol moderno, além de ter cometido algumas falhas em momentos cruciais do ano, como em decisão contra o Botafogo na Libertadores.
De fato, o volante não é dos mais velozes da atualidade e teve que se desdobrar para corrigir certos erros em campo durante o ano. Alguns passes incertos também acabaram criando perigo a meta tricolor.
No entanto, no geral, Luiz Gustavo fez uma boa temporada. Foi líder em desarmes do time em diversos jogos, além de ser uma das únicas válvulas de escape no setor de ataque.
Em jogos tediosos em que o ataque tricolor parecia de greve, era Luiz Gustavo quem avançava e chutava de fora da área, sempre com muito perigo. Algumas das finalizações acertaram a trave, exigiram grandes defesas ou terminaram em gol.
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Fora das quatro linhas, apesar de discreto e avesso às redes sociais, o meio-campo foi um dos grandes líderes do elenco, com palavras de incentivo e motivação em todos os vestiários da equipe. É visto como figura importante internamente.
DISPOSIÇÃO PARAGUAIA
O jovem Bobadilla chegou e aos poucos foi ganhando chances com Carpini. Contra o Água Santa, no Paulistão, marcou seu primeiro gol pelo clube. Ganhou moral também pouco depois, no duelo diante do Bragantino, em que o Tricolor estava sem lateral direito, e o paraguaio se colocou à disposição para atuar na função, e fez o que pode em campo.
Mostrou vontade e foi sendo mais aproveitado. Em campo, se caracterizou por ser jogador que chega bastante ao ataque, procura achar passes aos companheiros, e tem em uma de suas melhores características o chute de média a longa distância. Na marcação, às vezes parece afobado e deixa um pouco a desejar.
Em sua primeira temporada pelo clube do Morumbi, Damián Bobadilla entrou em campo 35 vezes, 28 como titular, marcou três gols e foi advertido com seis cartões amarelos.
Algumas lesões e convocações para a seleção paraguaia acabaram atrapalhando o jogador em certos momentos no São Paulo, como no final do ano, em que perdeu o posto de titular ao lado de Luiz Gustavo.
E O FUTURO?
A situação de Luiz Gustavo ainda está indefinida. Apesar de sinalizar em declarações já em dezembro de que deve prolongar seu contrato com o São Paulo por mais um ano, nada foi oficializado até aqui.
O salário é alto, mas o jogador foi um pedido direto do técnico Luiz Zubeldía para a temporada 2025 do Tricolor. A tendência, é que siga por mais um ano.
Já o gringo Bobadilla tem ainda mais três anos de contrato, mas também algumas sondagens do exterior por seu futebol. Apesar de não ter grande destaque pelo São Paulo, o meio-campo foi um dos melhores nomes do Paraguai pelas Eliminatórias para a Copa do Mundo, inclusive com vitória sobre o Brasil.
Os empresários do paraguaio já sinalizaram que devem apresentar uma proposta europeia ao São Paulo nesta janela de transferências. E se o dinheiro for bom aos falidos cofres do clube, o Tricolor, dono de 80% de seus direitos, não deve criar grandes dificuldades para negociar o paraguaio.
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