São Paulo segue se afundando cada vez mais em dívidas na gestão Casares (Foto: Divulgação/SPFC) |
MARCIO MONTEIRO
ALEXANDRE GIESBRECHT
@jogosspfc
DO ANOTAÇÕES TRICOLORES
O déficit de R$ 191 milhões acumulado pelo São Paulo entre janeiro e setembro deste ano já é conhecido há várias semanas, mas os números que o formaram ainda estavam restritos a quem teve acesso ao balancete.
O ANOTAÇÕES TRICOLORES publicou com exclusividade nesta terça-feira (17) as informações pertinentes ao futebol do clube (veja no final desta matéria), incluindo o balancete, a tabela de endividamento, tabelas das dívidas bancárias, demonstração de resultado por unidade de negócio e o detalhamento desse resultado nas unidades de negócio futebol profissional e estádio do Morumbi.
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Os números foram retirados do relatório de diretorias publicado pelo Tricolor no mês passado, fazendo parte da seção dedicada à diretoria financeira. Foi com base nesses mesmos números que o conselheiro fiscal Paulo Affonseca de Barros Faria Neto escreveu seu parecer complementar ao relatório coletivo do órgão de que faz parte, com uma análise mais crítica, destacando os detalhes que mais o preocupam no balancete referente a setembro.
É bom destacar, porém, que ele cometeu um erro ao analisar os dados da área social, ao falar em “déficit de cinco milhões de reais” em “despesas com jogos e eventos”, quando, na verdade, isso se refere à diferença entre o previsto e o realizado nessa linha, que deu R$ 4,4 milhões.
As tabelas reproduzidas ao final desta matéria trazem um retrato dos nove primeiros meses do ano dentro dos muros do Morumbi, da Barra Funda e do CFA Laudo Natel, demonstrando que o futebol profissional faturou R$ 11,9 milhões a menos que o previsto, mas gastou R$ 52,6 mi a mais, produzindo um resultado operacional negativo de R$ 64,5 milhões.
O principal responsável pelo déficit de R$ 191 milhões foram os juros de dívidas que somaram R$ 59,6 milhões, seguidos dos R$ 46,4 milhões lançados como despesa, que se referem à adesão do São Paulo à transação de débitos municipais, que visa a saldar débitos que a Justiça vem considerando como serviços tributáveis, principalmente referentes a bilheteria. Segundo o clube, essa opção garantiu “interessantes descontos”, que chegariam a 80% em relação à multa, juros moratórios e honorários, parcelando o débito ao longo de dez anos.
Em terceiro lugar, vêm as despesas de R$ 39,2 milhões com as diretorias de apoio, que correspondem a R$ 1,7 milhão a mais que o orçado. O estouro teria origem em contratação de serviços, aquisição de materiais e o registro da premiação paga pelo título da Supercopa Rei aos funcionários do clube. No texto a que o ANOTAÇÕES teve acesso, é mencionada a intenção de diminuir tais gastos até o fim do ano, para se manter dentro da previsão orçamentária.
Outro valor que inflou o déficit foi a multa de R$ 31,7 milhões pela rescisão antecipada do contrato de patrocínio com a Sportsbet, substituída pela Superbet no início do ano. Embora envolva números bem menores, a área de esportes profissionais — que, na verdade, corresponde apenas ao basquete masculino — é digna de nota. O déficit registrado foi de R$ 5,4 milhões, ou apenas R$ 107 mil a mais que o orçado.
No entanto, esse resultado negativo, que tem se repetido ao longo das temporadas, parece ter sido determinante para a decisão do São Paulo de acabar com o esporte a partir de agosto próximo, como foi retratado no orçamento para o ano que vem. Esse orçamento, aliás, foi debatido na noite desta segunda-feira (16) na reunião do Conselho Deliberativo, com a votação tendo sido iniciada de maneira eletrônica. Ela será encerrada na tarde desta terça, com expectativa de aprovação por larga margem.
Confira nas tabelas abaixo o balancete de setembro do São Paulo, divulgadas pelo ANOTAÇÕES TRICOLORES:
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