Luiz Henrique foi para a Espanha. De graça (Alexandre Battibugli/Agência Paulistão) |
RAFAEL EMILIANO
@rafaelemilianoo
ALEXANDRE GIESBRICHT
@jogosspfc
DO ANOTAÇÕES TRICOLORES
Quando um jogador ultrapassa a idade para as categorias de base e não vai ser utilizado no time profissional, o que o São Paulo deve fazer com ele?
Esse parece ser um debate que está acontecendo no clube. Em entrevista ao 'Blog do São Paulo', um dos diretores adjuntos de futebol de base do São Paulo, Francesco Moretto Júnior, explicou como está a situação.
“Essa é uma das coisas que eu estou brigando muito para mudar no São Paulo. Cada menino em Cotia tem um custo alto para nós. Na hora em que acaba o contrato e nós os dispensamos, é jogar dinheiro pelo ralo”, disse.
O plano dele é fazer parcerias, como a divulgada recentemente com o Stuttgart, da Alemanha, em que o Tricolor poderia reter um percentual dos direitos econômicos, para lucrar numa possível venda futura.
Somente na última semana, o clube o Morumbi liberou três jogadores da base para clubes europeus, mantendo parte dos direitos federativos para lucro posterior em caso de revenda.
Se daria certo ou não, só olhando na ponta do lápis, comparando os valores envolvidos em investimento e lucro de todos os jogadores, mas, a princípio, é uma ideia interessante.
É uma ideia inclusive, que foi exposta pelo presidente Júlio Casares quando ainda estava em campanha. “(Em relação ao) garoto que tem qualidade, mas estourou a idade, geralmente o São Paulo realiza o prejuízo e libera o jogador. Por que não pode ter um intercâmbio com um time de fora ou mesmo com um time local e aproveitar esse garoto, para que possa recuperar o atleta e possa recuperar financeiramente?”
A questão aqui não é por que só depois de quatro anos de mandato — lembrando que, ao ser eleito, ele não tinha mais do que três anos pela frente, já que a reeleição lhe era vedada — algo nesse sentido está começando a ser cogitada.
A questão é que essa era um dos 50 compromissos para os 100 primeiros dias de gestão, como colocado no documento que os apresentava: “Ter política para jovens de Cotia que ultrapassem a idade.”
E não é apenas prazo. Pouco mais de 100 dias depois, Casares veio a público, em sua penúltima entrevista coletiva, em abril de 2021. Na ocasião, foi divulgado que aquela meta estava 100% cumprida, o que já soou estranho na época, pois nenhuma medida foi divulgada.
Quase quatro anos depois, temos a confirmação do que já era visível desde então.
Alguém pode dizer que a descrição da meta falava em “estudar mecanismos para tratamento” dessa situação, mas, além de o título ser bem claro (“ter política”, e não “estudar política”), mesmo que o objetivo se restringisse à análise, quatro anos pareceria tempo suficiente para concluí-la.
Ou seja, ou a meta foi esquecida ou o estudo apontou uma suposta inviabilidade da implantação de uma solução, e Moretto agora estaria “brigando muito” para mudar essa mentalidade.
0 Comentários