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Após 'chutar' Ronaldo e apoiar presidente da CBF em reeleição, Casares tem discurso político e fala em "união" com ex-atacante

Presidente do São Paulo e Ednaldo Rodrigues na Copa América (Rafael Ribeiro/CBF)

RAFAEL EMILIANO
@rafaelemilianoo

O atual presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, foi reeleito por aclamação nesta segunda-feira (24) para mais um mandato, até março de 2030, em pleito realizado na sede da entidade máxima do futebol, no Rio de Janeiro (RJ).

Como já era sabido, o mandatário do São Paulo, Julio Casares, já havia se posicionado publicamente pelo voto no atual homem-forte da CBF (que está no cargo desde 2021), chegando a recusar pedido feito formalmente pelo ex-atacante Ronaldo para apoiá-lo. O ex-jogador desistiu de concorrer como candidato da oposição por falta de apoio.

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Após a eleição, o presidente tricolor falou com a imprensa e, em tom político e conciliador, descartou que tenha rompido relações com o ex-atacante e disse defender que haja uma aproximação entre Ronaldo e Ednaldo "para o bem do futebol brasileiro".

"Precisamos ter um pouco mais de história na gestão do esporte e todos são bem-vindos, ídolos como Ronaldo podem, junto da liga e de clubes, participar dessa reconstrução do produto futebol ao lado da CBF. Ninguém quer romper, queremos juntar esforços e continuar um diálogo permanente", disse.

Conforme o AVANTE MEU TRICOLOR revelou, nos últimos dias Casares passou a estreitar ainda mais seu contato com Ednaldo Rodrigues. O movimento foi influenciado não apenas pela disputa eleitoral, mas também pelo papel de Casares como representante da Libra e um dos membros da CNC (Conselho Nacional de Clubes), que congrega times das Séries A e B do Campeonato Brasileiro.

Outro fator determinante foi a sinalização de Ednaldo Rodrigues de que estará à disposição para apoiar as ações da Libra, do Forte Futebol (outra entidade que representa clubes) e do próprio CNC. Esse compromisso pesou na decisão de Casares, que viu na continuidade de Ednaldo na CBF uma oportunidade de avanço nas pautas defendidas pelos clubes.

Para Casares, Ronaldo pode ajudar nesse objetivo primordial do cartola são-paulino de intensificar a unificação e fortalecimento de uma liga brasileira de clubes, organizando campeonatos e tomando o controle de outros pontos organizacionais.

"Claro que ainda temos muito a evoluir, mas nós clubes estamos focados na formação e unificação da liga entre Libra e LFU. Ednaldo tem dado todo o apoio, nunca atrapalhou em nada. São Paulo se sentiu muito à vontade neste momento de apoiar e, mais do que isso, sinalizar o futuro dos clubes, que é integrarem uma liga única", apontou.

"Uma liga vai cuidar mercadologicamente do produto futebol. Acho que todos os agentes, ex-jogadores, dirigentes e empresários ligados ao futebol, devem estar dentro dessa liga contribuindo desde a formação dela para que depois coloque seu nome à disposição", completou.

Em maior e menor escala, as relações entre Casares e Ronaldo e Ednaldo já sofreram momentos de alta e queda. 

Com o ex-atacante, nos tempos em que era dono da SAF do Cruzeiro, o mandatário tricolor no início tinha nele um aliado de primeira hora às ações da Libra, principalmente.

Entretanto, negociações do Tricolor fizeram Ronaldo reclamar pessoalmente (por telefone) com Casares e estremecer as coisas.

A primeira foi no início do ano passado, quando o clube do Morumbi tentou contratar o lateral-esquerdo Marlon, que então negociava a renovação de contrato com os mineiros.

Meses depois, quando da demissão de Thiago Carpini, o São Paulo fez proposta oficial a Paulo Pezzolano, técnico uruguaio que treinava justamente o Valladolid, outro clube do ex-atacante, então na segunda divisão espanhola.

Essa última motivou Ronaldo a ligar para Casares e usar frases fortes de repúdio ao assédio sobre seu treinador. A solução no Morumbi foi contratar Luis Zubeldía.

Com o mandatário da CBF, Casares ficou insatisfeito com a decisão de tirar o técnico Dorival Júnior para a Seleção Brasileira também no início do ano passado.

Depois CBF e São Paulo tiveram problemas para o pagamento da multa rescisória do treinador.

Mas a coisa acabou se acertando. Ednaldo convidou Casares para ser o chefe da delegação da Seleção na última Copa América. E vê no dirigente um grande aliado da entidade máxima do futebol.



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