Sobrou um objetivo para a temporada: conseguir a classificação para a próxima Copa Libertadores por meio do Campeonato Brasileiro. Mas, se tem uma coisa que o torcedor do São Paulo não sabe o que é ter, se chama tranquilidade.
Após a pausa no calendário nacional para a Data Fifa, com o período de treinos, a promessa era de que o Tricolor iria enfim recuperar contundidos e aperfeiçoar o seu sistema de jogo para a reta final do Brasileirão.
Pois bem, ficou na promessa mesmo.
Começou com Oscar, de novo entregue ao Reffis, e passou pelos dois laterais titulares, cortados às vésperas do duelo desta quinta-feira (16) contra o Grêmio, onde a ‘zica’, se é que podemos chamar assim, apareceu…
Em Porto Alegre (RS), o técnico Hernán Crespo teve 12 desfalques para montar seu time, dez deles por contusão. O maior número da temporada, igualando recorde de maio. E como não fosse o suficiente, a bruxa das lesões deu as caras durante o duelo com os gremistas. É muito para o São Paulo, que viu seu plano ser dinamitado e acabou perdendo por 2 a 0.
O time até começou bem, com uma tática bem definida, postado de forma bem compactada e conseguindo não só anular o Grêmio, mas explorar também os contragolpes pelos lados do campo, principalmente pela esquerda, com o eixo Sabino-Wendell-Tapia.
Mas a confiança de ver o time bem postado, performando bem e dando a impressão que poderia beliscar um gol na cada do adversário durou muito pouco. Logo aos 12 minutos, Wendell deu voz às reclamações que pairam sobre sua contratação e mais uma vez saiu contundido, substituído por Patryck. Era o começo do fim.
O eixo ofensivo que tanto demonstrava ter poder de furar a defesa gremista acabou. Sabino passou a errar passes na saída de bola. Patryck, nulo, não conseguiu se encaixar. E Tapia, sem receber a bola, passou a flutuar e compensar a falta de organização com muita correria.
Para piorar, aos 28 o Grêmio também perdeu jogador por contusão. Alysson saiu para a entrada de Pavón. Mas diferente do São Paulo, foi o combustível para eles se acertarem de vez e passarem a pressionar o fragilizado Tricolor.
A resistência durou pouco. O time de Crespo até tentou se fechar mais, mas Pavón jogava como queria. E após duas chances claras salvas por Rafael, o gol veio. Aos 38, Amuzu recebeu na esquerda, cortou para dentro e arriscou. A bola desviou em Alan Franco e ficou livre para Carlos Vinícius, sem marcação, finalizar e marcar.
Na volta do intervalo, Crespo até tentou dar mais volume à equipe. Colocou Lucas e desfez a linha de três zagueiros. Inútil. Em um dos primeiros lances de ataque gremista, que cresceu com menos um na defesa são-paulina, Edenilson invadiu a área e caiu após entrada de Sabino. Em um primeiro momento, a arbitragem não marcou nada. Mas o VAR chamou, o pênalti foi assinalado e Carlos Vinícius cobrou para ampliar a vantagem deles.
A partir daí, acabou. Mal distribuído, sem encaixe de articulação e inofensivo, atrás e à frente, o Tricolor, passou todo o período final mais observando o adversário trabalhar em ritmo de treino do que necessariamente oferecer alguma resistência ou perigo.
Resultado que não deixa de ser previsível por conta do alto número de desfalques, mas que não deixa de ser terrível nas pretensões de ir à Libertadores ano que vem. O clube tem uma vitória nos últimos cinco jogos, está estacionado nos 38 pontos e pode ver a diferença para a zona de classificação à principal competição continental chegar a oito.
Juntando os cacos, o Tricolor não vai ter parada fácil na próxima rodada: enfrenta a surpresa do ano, Mirassol, fora de casa, às 18h30 (de Brasília) de domingo (19).