Polêmica no DM! Mounjaro pode ter prejudicado jogadores do São Paulo? Especialista é claro: “Com certeza não era o mais adequado”

A ‘caneta emagrecedora’ foi motivo de polêmica dentro do DM do Tricolor (Foto: Reprodução)

Já não bastassem todas as ocorrências médicas no São Paulo, que ocasionaram 71 ausências por variados motivos nesta temporada, uma nova polêmica ganhou holofote na última semana após discordância dentro do departamento médico do Tricolor.

Um dos motivos do desacordo interno no clube, foi o fato do nutrólogo Eduardo Rauen, desde junho no futebol profissional, ter receitado a dois jogadores do elenco um medicamento chamado Mounjaro, vulgarmente chamada de ‘caneta emagrecedora’.

Remédio a base de tirzepatida é originalmente destinado ao tratamento de diabete tipo 2 e obesidade. E sua prescrição ocorreu, segundo reportagem feita pelo UOL que revelou os polêmicos processos, sem o consentimento de outros profissionais do Reffis.

PALAVRA DE QUEM ENTENDE

Para saber se o Mounjaro pode ter prejudicado ou causado alguma lentidão na recuperação dos que usaram o medicamento, a reportagem do AVANTE MEU TRICOLOR foi consultar quem entende do assunto, o especialista em emagrecimento e longevidade, o médico nutrólogo Vinicius Sampaio.

O doutor aponta que “o ideal é um acompanhamento multidisciplinar: médico, nutricionista, orientador físico, fisioterapeuta e terapeuta”, o que fatalmente não foi realizado dentro do São Paulo, ‘rachado’ com a decisão de Eduardo Rauen.

“Pessoas que estavam no clube antes da chegada do nutrólogo também dizem que a falta de integração e cadeia de comando envolvendo vários profissionais indicados por conselheiros diferentes dentro do clube foi um fator determinante na crise”, comprova a reportagem divulgada pelo UOL.

“É importante ressaltar que houve apenas dois atletas com indicação para seguir nessa linha. Em ambos os casos, o uso foi feito de maneira estratégica, em uma janela terapêutica adequada, que permitiu monitoramento contínuo, avaliação de possíveis efeitos colaterais. Os dados mostram que os atletas conseguiram perder peso corporal, diminuir o percentual de gordura e melhorar a massa muscular, contrapondo inclusive essa narrativa de que essa conduta deveria ser avaliada”, se defendeu Rauen.

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Mas o nutrólogo Vinicius Sampaio faz advertências. Perguntamos ao doutor se, sem esse acompanhamento multidisciplinar, o uso do Mounjaro pode ter causado efeito nos jogadores, que relataram sintomas de enjoo e fraqueza.

“Com certeza. A gente faz um tratamento dando assistência semanal, nutricional, com nutricionista, infusão de soro, infusão intramuscular com nutrientes. É uma medicação que te causa saciedade, e você para de comer, mesmo a gente dando toda essa assistência semanal, os pacientes trazem efeitos colaterais, porque ele diminui demais o aporte de nutrientes”, explicou Sampaio.

“A partir do momento em que você diminui o aporte de nutrientes, o rendimento de alta performance vai cair com certeza. Perda de massa muscular, perda de vitaminas, que vão deixar fraco. E a própria medicação, quando você faz o uso pelas primeiras vezes, pode ter a maior assistência que for, vai ter mal-estar, náusea, constipação e diarreia também”, seguiu o especialista.

A perda de massa muscular gera maior estresse em tendões e ligamentos e reduz a estabilidade articular. A tirzepatida pode atrapalhar o aporte de proteínas necessárias para a recuperação muscular, devido ao efeito de diminuição do apetite”, alertou ainda.

Vivendo uma rotina de lesões em um alucinante calendário nacional sem dias para muitos treinos ou descanso, o médico apontou que testar um medicamento novo em meio a grande crise interna do São Paulo não era a melhor alternativa.

“Você pega um time que vem do histórico de 70 lesões, em crise há um tempo, você vai testar um medicamento novo, o Mounjaro é novo. Vai testar um medicamento novo, que não existe comprovação científica para melhora de desempenho de alta performance. Loucura, né?”, indagou Vinicius.

“O Mounjaro se encaixa muito bem para o jogador que volta de férias, vai entrar para pré-temporada, quando os caras chegam tudo acima do peso, faz um trabalho ali, mas tem que ser muito bem acompanhado. Aí eu acho que vale a pena. Mas para alta performance, para os caras que jogam duas vezes por semana, sem chance”, decretou o especialista em emagrecimento em conversa com o AMT.

A DEFESA DO SÃO PAULO

O Tricolor enviou uma nota oficial a imprensa dando sua versão dos fatos:

A respeito do uso do medicamento, foram realizados tratamentos médicos individualizados, indicados de forma pontual após avaliações clínicas criteriosas em apenas dois atletas do time profissional, e não de maneira generalizada, contínua e indiscriminada. Sendo, no mínimo, desonesto relacionar a medicação como motivo do alto número de lesões na temporada.

O Mounjaro é um medicamento regularizado e autorizado pela Anvisa, fabricado pelo laboratório Eli Lilly, um dos maiores e mais respeitados do mundo. Não há qualquer irregularidade no uso do produto, desde que seja de procedência de fabricação original e, como no caso, com indicação, acompanhamento e prescrição médica.

O Clube, mais uma vez, afirma que preza pela saúde de seus atletas em todas as categorias e, por isso, busca sempre a excelência profissional em todos os departamentos de saúde.

Qualquer conduta na área de saúde praticada por profissionais no clube, sejam prestadores, consultores ou colaboradores, é feita dentro de todas as normas e regulamentações exigidas pela ética profissional e pela legislação vigente”.

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