Era a noite da provável despedida do ano do Morumbi, já que o clube agora vai ter um mês inteiro de shows realizados na sua casa. E o São Paulo não quis fazer feio à torcida, após acumular decepções.
Na noite deste sábado (25), reencontrando o bom futebol que havia sumido há tempos, o Tricolor fez um primeiro tempo magistral pra conseguir os 2 a 0 necessários para selar a volta das vitórias, justamente sobre o Bahia, do eterno ídolo Rogério Ceni e um de seus alvos na luta para conquistar uma vaga na próxima edição da Copa Libertadores.
Em termos práticos, a reabilitação no Campeonato Brasileiro era mais do que necessária, ainda mais sobre um adversário direto na disputa do único objetivo que restou na temporada. E, para isso, o técnico Hernán Crespo inovou, escalando na teoria uma dupla de ataque inédita, com Lucas e Luciano.
A gente fala na teoria porque, na prática, o São Paulo voltou a atacar com um bloco de cinco homens em sua linha ofensiva. A novidade foi a posição tática. Além dos alas Enzo Díaz (que voltou de contusão) e Maik, Lucas, Luciano e um surpreendente Marcos Antônio faziam uma linha de três, revezando-se conforme a ocasião para ver quem avançava e virava o homem de referência para conclusão efetiva das jogadas.
Foi uma movimentação tão inédita que parece ter pego Ceni de calça curta. E o Tricolor não demorou para encontrar seu gol. Logo aos seis minutos, após jogada de Maik pela direita, Luciano aproveitou o passe para bater de primeira e abrir o placar, marcando o seu centésimo tento pelo clube do Morumbi.
Gol suficiente para acalmar os ânimos que andavam acirrados? Mais ou menos, porque na prática (de novo), o Bahia se valia da única deficiência visível do São Paulo até então, a recomposição defensiva quando perdia a bola. Em duas delas, quase marcou (na primeira, Arboleda desarmou Nestor, na segunda, Jean Lucas perdeu gol incrível cara a cara com Rafael).
Problema que Crespo não titubeou para corrigir. Com uma solução mais prática do que mirabolante. Inverteu Marcos Antônio com Bobadilla. Pronto. O camisa 20, mais ágil e com melhor visão de jogo, acabou com a surpresinha que fornecia o paraguaio, meio que perdido com Pablo Maia no primeiro combate. E de bandeja veio o segundo.
Aos 40, Luciano recebeu bola cavada de Pablo Maia e deu um passe de letra para Bobadilla, agora o outro homem surpresa do ataque, bater firme para ampliar a vantagem.
Fatura liquidada para nós, visto que o Bahia sucumbiu de vez ao Ceni ver duas das suas três alterações feitas no intervalo se tornarem inúteis com os atletas saindo de campo por contusão.
No segundo tempo, o retrato do domínio: um São Paulo cozinhando a mandioca ante um Bahia inofensivo, atordoado e machucado, sem nenhum poder de reação. Foi só ver o tempo passar mesmo. E aproveitar o tempo para prestar as justas homenagens ao presidente Julio Casares nas arquibancadas.
A vitória ‘estanca a sangria’ e deixa o Tricolor com 41 pontos, a cinco do Botafogo, hoje o sexto colocado da tabela e o último dos classificados à Libertadores.
O time volta a campo agora no domingo da outra semana (2/11), contra o Vasco da Gama, fora de casa, às 20h30 (de Brasília), em mais um confronto que se tornou direto pelo objetivo restante do ano.










