A diretoria do São Paulo considera o fundo de investimento em participação (FIP) para angariar reforços a Cotia como uma alternativa à transformação do clube em SAF.
Pelo menos esse é o entendimento após o portal ‘UOL‘ revelar no sábado (20) detalhes do projeto, estruturado pela Galápagos e ainda sujeito a aprovação no Conselho Deliberativo, que prevê captar pelo menos R$ 250 milhões — R$ 50 milhões destinados ao abatimento de dívidas e R$ 200 milhões para as categorias de base.
O prazo mínimo é de dez anos, com possibilidade de recompra integral da empresa a ser formada em torno da base, ao fim desse período.
Segundo o consultor do projeto, o economista Moisés Assayag, a proposta busca dar sustentabilidade financeira e competitiva ao clube em um cenário de mudanças profundas no futebol brasileiro.
“Estão se prendendo à dimensão financeira e não a algo que é maior”, afirmou, ao sítio. “É algo super-inovador. Vai mudar as condições competitivas do São Paulo, porque o ambiente mudou. Não há opção de continuar a fazer o mesmo.”
Ele explicou que foram realizadas 58 conversas e visitas a modelos diferentes até se chegar ao desenho final.
Na prática, o fundo ficará com 30% dessa nova empresa, e o São Paulo manterá 70%. Se após dez anos o clube quiser recomprar os 30% restantes, o valor será calculado a partir do montante investido, somado a uma taxa de retorno, descontando lucros já obtidos pelo fundo.
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Exemplos dados por Assayag ilustram como a recomposição pode variar: se o fundo investir R$ 250 milhões e chegar a R$ 500 milhões em valor, mas lucrar outros R$ 500 milhões, a recompra sairia de graça para o clube.
Em outro cenário, com lucro de R$ 300 milhões, a recompra custaria R$ 200 milhões.
Um dos pontos centrais da tese é multiplicar a capacidade de Cotia. Hoje, são 350 atletas, mas o plano prevê chegar a 700, contratando jovens de 14 a 16 anos com maior nível técnico.
O reforço incluiria ampliação da rede de olheiros na América do Sul, a criação de estruturas menores para adaptação de jovens e um aumento expressivo na capacidade de captação.
O consultor rebateu a ideia de que o clube não precisaria vender parte dos direitos da base em razão do bom desempenho recente no mercado. Em 2025, o Tricolor já alcançou R$ 237 milhões em vendas, mas Assayag lembrou que foi um ponto fora da curva: a média dos últimos anos é de R$ 150 milhões.
“Quando você compara com a média, sobram R$ 100 milhões para o clube”, avisou. “Queremos sair desse patamar de R$ 100 milhões e multiplicar para R$ 300 milhões.”
Embora tenha sido concebido como contraponto a uma SAF, o projeto traz uma salvaguarda para os investidores. Caso o São Paulo se transforme em empresa, a Galápagos terá preferência de compra, podendo igualar qualquer oferta feita pelo controle do clube. Segundo Assayag, o objetivo é proteger quem investir no fundo.
A estrutura será regulada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e auditada por uma das quatro maiores empresas de auditoria do mundo. A entrada inicial será restrita a investidores profissionais brasileiros, mas a ideia é que futuramente o fundo seja aberto a outros perfis, incluindo torcedores.
O empresário grego Evangelos Marinakis, citado em outras negociações no mercado, não teria relação com a iniciativa, de acordo com o economista.
Conforme o AVANTE MEU TRICOLOR revelou na semana passada, o presidente Julio Casares vem se esforçando nos bastidores políticos para ter o número mínimo de votos de conselheiros para aprovar o projeto, mas nem mesmo a sua base endossa totalmente a questão.