Quando Andreas Pereira acertou Marcos Antônio, aos 10 minutos do segundo tempo, parecia inevitável que o palmeirense seria expulso. O lance lembrava o de Rigoni, punido com cartão vermelho na quinta-feira anterior (2), ainda no primeiro tempo contra o Fortaleza, em um choque bem menos duro. Andreas tentou dominar a bola, pisou nela, mas o são-paulino chegou quase ao mesmo tempo, chutando a bola e acabou atingido pelas travas da chuteira do adversário, primeiro na canela, deslizando até parar no peito do pé. O camisa 20 caiu imediatamente no chão e precisou de atendimento.
O árbitro Ramon Abatti Abel mostrou apenas o cartão amarelo, aparentemente após conversar com o VAR. A decisão causou indignação entre os são-paulinos — não só pela gravidade da falta, mas pelo contraste recente com o rigor aplicado a Rigoni. Pouco depois, sentindo dores, Marcos Antônio precisou ser substituído. O São Paulo perdeu fôlego e o ritmo de jogo caiu.
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Com o lance, o Palmeiras manteve uma escrita que já dura mais de uma década: nenhum jogador expulso durante o tempo regulamentar de um Choque-Rei desde 2012. A última vez foi há exatamente 13 anos: Artur, na derrota alviverde por 3 a 0, pelo segundo turno do Campeonato Brasileiro, também num 6 de outubro, no Morumbi. Desde então, foram 12 expulsões durante os 51 clássicos entre os dois rivais, e todas elas de jogadores vestindo a camisa tricolor.
O único cartão vermelho dado a um atleta palmeirense nesse período veio por uma ação fora de campo: Zé Rafael, em agosto do ano passado, após uma briga no corredor de acesso aos vestiários com Rodrigo Nestor, que também foi expulso.
Dentro das quatro linhas, porém, a sequência permanece intacta, mesmo depois de entradas como a de Andreas Pereira. Também em 2024, Richard Ríos já tinha feito por merecer ir para o chuveiro mais cedo, por causa de uma forte falta em Pablo Maia, ainda pior que a deste domingo, mas também passou impune.
* Com Alexandre Giesbrecht, do ANOTAÇÕES TRICOLORES