São Paulo contesta denúncia do Corinthians, pede anulação, e julgamento no STJD por cantos homofóbicos é adiado

Torcida do Tricolor no Morumbi: julgamento no STJD foi adiado (Foto: Divulgação/SPFC)

O São Paulo tinha agendado para a tarde desta sexta-feira (17) julgamento no Superior Tribunal de Justiça Desportiva do Futebol, para responder acusação da denúncia de cânticos de cunho discriminatório entoados por sua torcida no clássico contra o Corinthians, válido pela 15ª rodada do Campeonato Brasileiro, além de descumprimento do Regulamento Geral das Competições (RGC).

Em sessão da Segunda Comissão Disciplinar, o Tricolor teve o processo adiado para que sejam obtidas informações adicionais junto ao Corinthians, autor da denúncia contra o clube do Morumbi.

Embora a súmula do clássico não tenha registrado qualquer ocorrência, o Corinthians apresentou uma Notícia de Infração, denunciando manifestações homofóbicas vindas da torcida mandante. Vídeos divulgados nas redes sociais de torcedores do próprio São Paulo também mostram cânticos com conteúdo ofensivo e discriminatório.

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“Ronaldo saiu com dois travecos, o Sheik selinho ele foi dar, Vampeta posou pra G, Dinei desmunhecou, na Fazenda de calcinha ele dançou. Todo mundo já falou que o gavião virou um beija-flor”, apontou o Superior Tribunal para a denúncia.

O fato gerou denúncia da Procuradoria ao São Paulo por infração ao artigo 243-G do CBJD por praticar ato discriminatório.

A DEFESA TRICOLOR

Em sessão, a Procuradoria sustentou a denúncia e o pedido de condenação do São Paulo com aplicação de perda de mando de campo face à gravidade na conduta.

“Há um amplo conjunto de provas nos autos, incluindo links e documentos, que demonstram a gravidade da conduta. Infelizmente, esse tipo de comportamento tem se proliferado, criando a impressão de que o futebol é espaço livre para manifestações discriminatórias. O Corinthians e o Palmeiras já sofreram punições semelhantes neste ano. A Justiça Desportiva agora tem a oportunidade de aplicar uma penalidade pedagógica. A Procuradoria recomenda, inclusive, a perda de mando de campo, pois multa sozinha tem se mostrado insuficiente”, destacou o Procurador Leandro Rosa.

Na defesa, o advogado Pedro Moreira, ao lado do gerente jurídico do São Paulo, Felipe Carvalho, repudiou qualquer forma de discriminação e contestou as acusações do Tribunal.

“O São Paulo jamais foi denunciado por homofobia neste tribunal. Não há provas que vinculem os vídeos à partida em questão. Nenhum registro indica data, placar ou presença do Corinthians em campo. Vivemos uma era de inteligência artificial, em que áudios e vídeos podem ser manipulados. Além disso, o árbitro Anderson Daronco afirmou que não ouviu tais cânticos. Por isso, solicitamos a inépcia da denúncia e afastamento do pedido de perda de mando de campo, considerando que o clube é primário e não possui histórico de incidentes desse tipo”, se defendeu o Tricolor

Após as sustentações, a Comissão, por unanimidade, determinou o adiamento do julgamento para diligências complementares, a fim de obter informações adicionais junto ao Corinthians. O processo deve retornar na próxima sessão da Segunda Comissão Disciplinar, ainda a ser agendada.

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