QUEM COM FERRO FERE: São Paulo ‘copia’ defesa de Vitor Roque e costura acordo para se livrar de punição por homofobia no STJD

Torcida do Tricolor no Morumbi: tentativa de se livrar de penalização (Foto: Divulgação/SPFC)

O São Paulo imitou a defesa utilizada por Vitor Roque, atacante do Palmeiras, na tentativa de conseguir um acordo com o STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) para se livrar da denúncia de homofobia pela qual será julgado nesta quarta-feira (19).

A informação foi publicada inicialmente pelo portal ‘Globo Esporte‘ e confirmada ao AVANTE MEU TRICOLOR por fontes da cúpula são-paulina.

Embora a súmula não tenha atestado nada, o Tricolor acabou denunciado pelo rival Corinthians pelo clássico entre ambos no dia 19 de julho, no Morumbi, pelo Campeonato Brasileiro.

O time da zona leste apresentou uma notícia de infração citando “manifestações homofóbicas vindas da torcida mandante”, com base em vídeos publicados nas redes sociais.

“Ronaldo saiu com dois travecos, o Sheik selinho ele foi dar, Vampeta posou pra G, Dinei desmunhecou, na Fazenda de calcinha ele dançou. Todo mundo já falou que o gavião virou um beija-flor”, apontou o Superior Tribunal para a denúncia.

O clube tricolor foi enquadrado no artigo 243-G do Código Brasileiro de Justiça Desportiva e no 135 do Regulamento Geral de Competições.

Para tentar evitar punição mais pesada, o São Paulo apresentou proposta de acordo: uma postagem nas redes sociais para conscientizar a torcida contra práticas discriminatórias.

O modelo segue recente precedente envolvendo Vitor Roque, do Palmeiras, que recebeu multa por uma postagem de cunho homofóbico nas redes sociais após vitória deles em clássico também pelo Brasileirão.

O Tricolor busca evitar a punição pecuniária. Na mesma sessão, o clube também responderá pelo atraso no início do clássico contra o Palmeiras no mês passado.

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A DEFESA TRICOLOR

Em sessão, a Procuradoria sustentou a denúncia e o pedido de condenação do São Paulo com aplicação de perda de mando de campo face à gravidade na conduta.

“Há um amplo conjunto de provas nos autos, incluindo links e documentos, que demonstram a gravidade da conduta. Infelizmente, esse tipo de comportamento tem se proliferado, criando a impressão de que o futebol é espaço livre para manifestações discriminatórias. O Corinthians e o Palmeiras já sofreram punições semelhantes neste ano. A Justiça Desportiva agora tem a oportunidade de aplicar uma penalidade pedagógica. A Procuradoria recomenda, inclusive, a perda de mando de campo, pois multa sozinha tem se mostrado insuficiente”, destacou o Procurador Leandro Rosa.

Na defesa, o advogado Pedro Moreira, ao lado do gerente jurídico do São Paulo, Felipe Carvalho, repudiou qualquer forma de discriminação e contestou as acusações do Tribunal.

“O São Paulo jamais foi denunciado por homofobia neste tribunal. Não há provas que vinculem os vídeos à partida em questão. Nenhum registro indica data, placar ou presença do Corinthians em campo. Vivemos uma era de inteligência artificial, em que áudios e vídeos podem ser manipulados. Além disso, o árbitro Anderson Daronco afirmou que não ouviu tais cânticos. Por isso, solicitamos a inépcia da denúncia e afastamento do pedido de perda de mando de campo, considerando que o clube é primário e não possui histórico de incidentes desse tipo”, se defendeu o Tricolor

Após as sustentações, a Comissão, por unanimidade, determinou o adiamento do julgamento para diligências complementares, a fim de obter informações adicionais junto ao Corinthians. O processo deve retornar na próxima sessão da Segunda Comissão Disciplinar, ainda a ser agendada.

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