A proposta orçamentária do São Paulo para 2026, que começa a ser votada pelo Conselho Deliberativo na noite desta quarta-feira (17) revela que por mais um ano a gestão Julio Casares aposta na venda de jogadores da base ou profissional e receitas com o estádio do Morumbi, sejam de bilheterias ou shows, como pilares para terminar com o lucro.
Segundo os números ao que o AVANTE MEU TRICOLOR teve acesso, o plano da direção são-paulina é encerrar o ano que vem com superávit presumido de R$ 37,9 milhões, com receitas totais de R$ 931,8 milhões e despesas estimadas em R$ 893,8 milhões.
O número pode ser encarado como modesto. O rival Palmeiras, por exemplo, estimou no seu planejamento orçamentário, aprovado na terça-feira (16), um lucro superior a R$ 2 bilhões.
Como se tornou rotina na gestão Casares, basicamente as receitas do clube se amparam em negociações de atletas e seu estádio.
O orçamento aponta R$ 121,9 milhões provenientes do estádio do Morumbi, englobando bilheteria, eventos e outras formas de exploração comercial.
O futebol profissional segue como o principal pilar financeiro do clube, com previsão de R$ 487,1 milhões em receitas. Dentro desse montante, R$ 180,6 milhões estão atrelados diretamente à negociação de atletas.
O orçamento ainda inclui R$ 525 mil em receitas de administração geral e R$ 4,2 milhões em receitas financeiras. O clube social tem previsão de arrecadar R$ 80,2 milhões, enquanto o marketing aparece como uma das principais fontes, com R$ 237,7 milhões estimados, impulsionados por patrocínios, publicidade e contratos comerciais.
Pelo lado das despesas, o clube projeta R$ 787,6 milhões em gastos operacionais em 2026. O maior volume está concentrado no futebol profissional, com previsão de despesas de R$ 542,2 milhões, que englobam salários, premiações, logística e custos operacionais do elenco principal. Já o futebol de base deve gastar R$ 58,9 milhões ao longo do ano.
A administração geral concentra R$ 15,2 milhões, enquanto a diretoria financeira e controladoria somam R$ 4,8 milhões. As diretorias jurídica e de compliance aparecem com R$ 7,2 milhões, e a diretoria administrativa, com R$ 12,1 milhões.
Outras áreas também têm peso significativo no orçamento. A diretoria de infraestrutura tem previsão de R$ 9,9 milhões em despesas, o estádio do Morumbi deve consumir R$ 32,7 milhões, e o clube social, R$ 71,2 milhões. Marketing aparece com R$ 26,9 milhões, e a diretoria de comunicação, com R$ 6,1 milhões.
Além das despesas operacionais, o São Paulo estima ainda R$ 106,2 milhões em despesas financeiras, relacionadas a juros, encargos e compromissos da dívida.
AS ÚLTIMAS DO TRICOLOR:
>> Após demitir nutrólogo de polêmica que dividiu o DM, São Paulo contrata novo médico: “Ajudar meu time de coração”
>> Troca-troca entre São Paulo e Botafogo envolvendo Ferraresi e Pablo Maia deve se definir hoje: saiba todos os detalhes
>> Escândalo do Camarote: Casares reage, representa contra acusados e encaminha caso ao Conselho de Ética
>> Vitória melhora oferta, mas São Paulo já admite reintegrar Erick ao elenco em 2026
>> São Paulo e New Balance encaminham renovação de contrato até 2032: marca será recordista no clube
POLÊMICA
O clima esquentou na reunião do Conselho Deliberativo do São Paulo na noite desta quarta-feira (17). Um grupo de torcedores, provavelmente integrantes de torcidas organizadas, fez uma manifestação no portão de entrada para o salão nobre do Morumbi e chegou a tentar invadir o local, exigindo atuação dos seguranças do clube. A Polícia Militar foi acionada para ajudar a conter os manifestantes.
O encontro desta noite foi agendado para que os conselheiros votem o planejamento orçamentário são-paulino para 2026. Mas é evidente que eram esperados ecos do Escândalo do Camarote.
Dois diretores da gestão Julio Casares, Douglas Schwartzmann, então responsável pelas categorias de base do clube, e Mara Casares, ex-mulher do mandatário e diretora cultural e de eventos, acabaram afastados por se envolverem em uma polêmica de repasse de um espaço no estádio tricolor para um show da cantora colombiana Shakira, em março.
Ambos foram denunciados ao Comitê de Ética do Conselho pelo presidente do órgão, Olten Ayres de Abreu.
A reunião do Conselho era aguardada por manifestações do bloco unificado da oposição, que vem ganhando força com o desgaste da gestão Casares, e promessas de ‘trocas de lados’ de ex-aliados do presidente insatisfeitos com os recentes casos de corrupção denunciados pela imprensa.
Ademais, aproveitando o apoio da torcida em geral, os oposicionistas prometiam complicar bastante a aprovação das contas e metas para o ano que vem sugeridas pelo atual governo.
Outro assunto polêmico que seria levantado por Casares e os aliados na reunião são as mudanças estatutárias planejadas pelo grupo governista em reunião de controle de danos realizada na terça-feira (16). O presidente são-paulino que facilitar a aprovação da transformação do São Paulo em uma SAF, afrouxando a votação para isso, além de oficializar de vez a separação do futebol (profissional e base) do clube social.
A reunião desta noite tem apenas as lideranças do Conselho no clube. A participação e votação virtual dos integrantes foi liberada. Como reflexo do protesto, Abreu já comunicou os conselheiros que o encontro terá duração menor que a prevista, alegando motivos de segurança.










