MP atende oposição do São Paulo e exige abertura de inquérito da polícia sobre Escândalo do Camarote

Mara Casares durante evento no clube social nesta quarta (Instagram)

A atuação de membros da oposição do São Paulo deu certo e três dias depois de protocolada uma denúncia no Ministério Público Estadual de São Paulo, o órgão exigiu que a Polícia Civil instaure inquérito para apurar o Escândalo do Camarote no clube do Morumbi.

Dois diretores da gestão Julio Casares, Douglas Schwartzmann, então responsável pelas categorias de base do clube, e Mara Casares, ex-mulher do mandatário e diretora cultural e de eventos, acabaram afastados por se envolverem em uma polêmica de repasse de um espaço no estádio tricolor para um show da cantora colombiana Shakira, em março. Ambos foram flagrados em gravações telefônicas feitas pela denunciante, que se sentiu lesada após alegar “ter sido roubada” por uma quarta envolvida.

Acontece que a denunciante, após alegar não ter recebido a quantia total pela comercialização de ingressos para o tal camarote (que era exclusivo do clube e não poderia ser alugado ou repassados a terceiros) registrou boletim de ocorrência no 34º DP (Vila Sônia), como crime de relação de consumo.

Ao AVANTE MEU TRICOLOR, a Secretaria de Estado da Segurança Pública, de responsabilidade da gestão estadual de Tarcísio de Freitas (Republicanos) respondeu que “o inquérito ainda não havia sido instaurado pela autoridade policial por depender de representação da parte denunciante”, o que não tinha sido feito até a quarta-feira (17).

Acontece que o promotor José Reinaldo Guimarães Carneiro, da Comissão de Turismo e Desporto do MP-SP, viu indícios claros de crimes que envolvem, sim, o São Paulo e não apenas na relação de consumo entre as outras partes envolvidas.

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“O primeiro crime é corrupção privada do esporte, que é um crime previsto na nova Lei Geral do Esporte, em vigor desde 2023. Esse crime, na verdade, pressupõe a manipulação de interesses privados em detrimento do patrimônio do clube, das agremiações”, disse Carneiro.

“E um segundo crime, que também é muito grave, é o de coação no curso do processo. Porque você ligar para uma pessoa e intimidar para que ela retire um processo sob pena de que as coisas ganhem repercussões, como sugerem as gravações, é um indicativo de crime”, completou o promotor.

A sugestão do Ministério Público é que sejam ouvidos os três envolvidos no áudio (Douglas Schwartzmann, Mara Casares e a denunciante) e todos os citados, inclusive Marcio Carlomagno, superintendente geral do São Paulo.

“Todo o dinheiro de uma agremiação arrecadado seja em praça esportiva em razão do futebol ou de outra atividade esportiva tem que reverter para o clube. E não para favorecimento de interesse privado de quem deveria gerir o clube. A polícia vai tomar os próximos passos”, disse.

O caso também tem caminhado internamente no São Paulo. Depois da revelação dos áudios, o Tricolor abriu duas sindicâncias, uma interna e outra externa, para apurar o que aconteceu.

O Conselho Deliberativo encaminhou uma outra investigação à Comissão de Ética do clube, enquanto recebe pedidos de punições para Schwartzmann e Mara. No mesmo dia da divulgação do caso, os dois diretores pediram licença de seus cargos, mas continuam com trânsito no clube como associados. Nesta quarta, por exemplo, Mara participou de evento oficial do clube de entrega de donativos a entidades sociais, onde chegou a discursar.

É a segunda ação do Ministério Público paulista no São Paulo em menos de 15 dias. O órgão ainda avalia outra denúncia recebida de gestão temerária contra a gestão Casares. Os dois casos devem ser unificados, conforme apurou o AMT.

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