Enquanto houver bambu, há flecha.
Em clima desfavorável, jogando na Vila Belmiro com uma chata garoa que persistiu por toda a partida e com uma torcida revoltada, que apesar do pouco número passou boa parte do tempo ofendendo o presidente Julio Casares, o São Paulo mostrou que vai seguir respirando e sonhando com uma vaga na próxima Copa Libertadores nas derradeiras rodadas do Campeonato Brasileiro.
Na tarde deste domingo (23), o clube venceu o desesperado Juventude por 2 a 1 e contou com uma mãozinha dos resultados da rodada para voltar à oitava posição, mantendo vivo o objetivo de se classificar à principal competição continental.
O Tricolor fica temporariamente na posição com 48 pontos. Ou seja, caso Fluminense ou Cruzeiro conquistem a Copa do Brasil, que terá suas finais disputada no mês que vem, estaria na Libertadores.
O resultado que encerrou o jejum de três partidas seguidas sem um triunfo começou a ser construído cedo. Após leva um pequeno susto no início, com o atacante do Juventude errando chute cara a cara com Rafael, Bobadilla abriu o placar. Aos 6, ele desarmou um adversário no meio-campo e iniciou a construção do contra-ataque, acompanhando a jogada e aproveitando defesa da finalização errônea de Luciano para completar às redes.
Parecia que o dia seria fácil, mas o Tricolor mostrou deficiências. Ante um frágil adversário, o Tricolor se mostrou pouco compactado sem a bola. E, espaçado, permitiu a movimentação dos gaúchos, mesmo que isso não representasse perigo.
Mas e o ataque? Pois bem, Hernán Crespo continua sofrendo ser um armador de ofício. No já habitual 3-2-5 com bola, o time tricolor avançava mais do que o necessário sua linha defensiva, basicamente jogando a responsabilidade da armação inicial do jogo nos pés dos zagueiros pelos lados. Entretanto, com o Juventude espelhado, os alas, espetados como pontas, ficavam presos.
Na comparação com o duelo ante o Corinthians, evidentemente que as entradas de Maik, Bobadilla e Tapia como titulares, além da efetivação de Ferreirinha como ala-esquerdo, deram muito mais intensidade ao time, que conseguia chegar com velocidade na área adversária, mas se confundi na organização do último passe e se complicava para construir uma jogada mais apurada de finalização.
Sobre os jogadores citados, dois pontos: Tapia mostra que realmente virou jogador imprescindível, sendo a válvula de escape necessária com certa determinação para não desistir das jogadas e das bolas quadradas estouradas da defesa.
Por outro lado, Ferreirinha preocupa. O jogador saiu do intervalo após cair sentindo dores no final do primeiro tempo e não voltou a campo. Pode ser mais um nome na extensa lista de desfalques são-paulinos, que tanto atormenta Crespo.
Na etapa final, o Juventude, que já não tinha nada a perder, se lançou ao ataque e deu mais movimentação ao jogo. Ainda se valendo do espaçamento tricolor, conseguia aparecer com frequência e certo perigo.
Como resposta, nomes que entraram, como Lucca e Marcos Antônio, aumentaram ainda mais a intensidade tricolor, tornando a partida franca, mas ainda sem objetividade na hora da conclusão.
Mas ainda teve tempo para Lucca provar a Crespo que merecia há tempo essa chance no time principal. Aos 40, o garoto levou uma entrada criminosa de Formiga, primeiramente punida com amarelo, mas que culminou na expulsão após revisão do VAR. Mesmo com um a menos, o Tricolor perdeu o ímpeto e permitiu a pressão do visitante, que manteve a posse de bola e bombardeou as metas de Rafael nos minutos finais, complicando algo que poderia ser mais fácil. Aos 48, no apagar das luzes, Rigoni avançou em contra-ataque e acertou um belo chute de fora da área para marcar o segundo. Mas a paz durou pouco. Logo depois, na saída de bola, Ferraresi marcou um inexplicável gol contra, garantindo a manutenção de uma desnecessária tensão até o apito final.
De volta à briga por essa oitava posição, o São Paulo volta a campo às 20h30 (de Brasília) de quinta-feira (27), contra o Fluminense, no Maracanã, em duelo fundamental para suas pretensões e que marca o reencontro com o técnico Luis Zubeldía, demitido em junho.









