Os empresários do zagueiro Matheus Belém, 22 anos, tentam neste final de ano uma cartada para fazer com que o jogador volte a atuar. Mas fora do São Paulo, onde não é relacionado oficialmente para uma partida desde abril do ano passado e atualmente trabalha em separado do grupo.
Sim, o jogador formado em Cotia ainda faz parte do elenco profissional do Tricolor. Mas não entra em campo há muito, muito tempo (leia mais abaixo).
Belém vem treinando em horário diferenciado do restante do elenco e não faz parte dos planos. Com contrato até o final do ano que vem, o objetivo do seu estafe é conseguir a rescisão contratual de forma amigável. Tornando assim mais fácil o objetivo de encontrar um novo destino para ele no futebol.
Fontes consultadas pelo AVANTE MEU TRICOLOR indicam que apesar da situação do zagueiro, completamente encostado e que vem ultimamente realizando desabafos por meio de suas redes sociais, o clima com a diretoria é ameno. Há uma inclinação, até como forma de cortar custos, da diretoria aceitar o pedido.
ENTENDA O CASO
Uma das dádivas de se viver em tempos de ampla inclusão digital é o fato de termos à disposição farto material audiovisual que nos permite, acima de tudo, eternizar as memórias e ter provas documentais históricas de fatos ou eventos ocorridos.
O futebol se enquadra nessa questão no folclore: jogos, lances, gols e, principalmente, jogadores do século passado que se perderam pelas limitações tecnológicas dos registros de imagens. Ficam os relatos escritos ou orais que com o passar do tempo e das gerações geram mais sentimentos de desconfiança e graça do que necessariamente cumprir sua função documental histórica.
Um dos casos desses novos tempos que certamente viraria história digna de um trabalho verdadeiramente arqueológico dos competentes e eficazes historiadores e pesquisadores são-paulino é o do zagueiro Matheus Belém. Não estivéssemos em tempos de redes sociais e fotos digitais, dificilmente teríamos como provar que de fato ele entrou em campo profissionalmente para jogar futebol pelo clube do Morumbi.
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Não é para menos. Revelado nas categorias de base do Tricolor, Belém não entra em campo para jogar futebol há quase dois anos. Veja bem, não é só para atuar profissionalmente pelo São Paulo Futebol Clube. Mas sim por QUALQUER time.
Matheus Belém treina em separado do elenco são-paulino desde meados de abril, quando foi devolvido do empréstimo à Chapecoense oficializado no início do ano e que duraria até dezembro, mas que foi encerrado subitamente por uma reformulação bem-sucedida do clube catarinense, hoje favorito ao acesso na Série B, mas na época sem vencer na competição e em clima conturbado nos bastidores. Por lá, o jovem zagueiro ficou no banco em três partidas, mas não jogou.
Internamente, o caso Belém é uma incógnita. Promovido aos profissionais por Rogério Ceni no final de 2022, ele teve o mesmo tratamento que Beraldo, iria treinar um ano na Barra Funda, atuando simultaneamente em Cotia, para ir ganhando experiência. Ambos, inclusive, tinham semelhanças apontadas, já que são canhotos.
Um golpe de sorte semelhante ao que acontece agora, quando houve falta de zagueiros no elenco, permitiu a Belém queimar algumas etapas no ano seguinte. E fazer a sua estreia logo no clássico contra o Santos, em 12 de fevereiro, no Campeonato Paulista, quando entrou no decorrer do jogo, após contusão de Alan Franco.
Enquanto Beraldo se consolidou no time titular com a chegada de Dorival Júnior, Belém seguiu o cronograma traçado anteriormente de treinos no profissional e jogos no sub-20. Voltaria a aparecer no time contra o Bragantino, pelo Brasileirão, em 9 de julho, quando os reservas foram escalados entre os duelos com o rival Palmeiras pelas quartas de final da Copa do Brasil, E ganharia a chance de ouro ante o América-MG, em 6 de agosto, quando novamente desfalques e contusão o fizeram ser escalado. Foi a última vez que atuou na carreira na categoria profissional.
A boa impressão deixada por ter correspondido à pressão alvoroçou a torcida e criou um impasse, já que o contrato de Belém com o Tricolor acabaria naquele final de 2023. O jogador chegou a acertar verbalmente um pré-vínculo com o Bragantino, o que exigiu um trabalho de bastidores da diretoria com o clube interiorano para reverter a situação e criar algumas rusgas internas. O zagueiro ficou. O remorso também.
Agora com contrato até o final de 2026, Belém oficializou o seu papel de última opção para o setor. Ainda teve certa moral com Thiago Carpini, ficando oito jogos no banco com o ex-treinador no primeiro semestre de 2024, mas tão logo Luis Zubeldía chegou, suas aparições sumiram, restando apenas as imagens nos treinamentos flagradas pela assessoria de imprensa do clube.
A saída era algo dado como certo. E de fato aconteceu. Mas a falta de oportunidades em Santa Catarina evidenciou que a maturação de Belém talvez não tenha ocorrido como o desejado.











