A PRIMEIRA VÍTIMA: Carlos Belmonte pede demissão e não é mais o diretor de futebol do São Paulo

Belmonte deixa o cargo que ocupou nos últimos cinco anos (SPFC)

A goleada sofrida para o Fluminense gerou o primeiro efeito interno no São Paulo: o diretor de futebol Carlos Belmonte pediu demissão e deixou o seu cargo em reunião ocorrida na manhã desta sexta-feira (28) no CT da Barra Funda.

Junto de Belmonte, deixam também o Tricolor os diretores adjuntos Nelson Marques Ferreira, o Nelsinho, e Fernando Bracalle Ambrogi, o Chapecó.

Em nota oficial, o clube do Morumbi informou que o executivo Rui Costa e o coordenador Muricy Ramalho seguem no comando do futebol “e organizando o planejamento para 2026”.

Nesta manhã, Belmonte conversou com os jogadores e se despediu um a um não só deles, como também de funcionários. O ex-diretor deve agora oficializar sua aliança com a oposição e concorrer à eleição no final do ano que vem para a presidência contra o indicado à sucessão de Julio Casares.

Nós já revelamos aqui anteriormente que no momento de maior crise interna do clube, após a eliminação na Copa Libertadores e sem conseguir engatar uma série de vitórias no Campeonato Brasileiro, Casares foi duramente pressionado por aliados para que mudanças ocorressem na Barra Funda. E aqui pode-se ler que a principal delas era a saída de Belmonte.

Ocorre que existem dois problemas. O primeiro, mais óbvio, Casares não queria reforçar fileiras oposicionistas demitindo o diretor de futebol que um dia foi o seu grande aliado. O outro, mais prático, é a ausência de um nome para substituí-lo sem causar mais rusgas à sua base de apoio. O futebol profissional é o carro chefe do São Paulo. É o posto mais prestigiado. E o escolhido iria ser visto como um indicativo óbvio de escolha do mandatário para sua sucessão.

A saída, então, para o indeciso presidente, que não quer desagradar nem gregos, nem troianos, seria efetivar Costa, profissional de fora, o que lhe ajudaria inclusive a passar um ar mais profissional à sua despedida da cadeira de quem manda, fundamental para limpar um pouco a imagem arranhada neste ano, quando passou a ser ofendido nas arquibancadas.

Fora isso, teria um impacto, digamos, menor. Sim, Belmonte pode ser xingado por torcedores (e até por diretores), mas ganhou status nos cinco anos no cargo, sendo respeitado por jogadores, empresários e até dirigentes rivais. A grosso modo, a efetivação de Costa representaria um continuísmo.

Por outro lado, a entrada de Carlomagno no cotidiano do CT tinha exatamente esse viés de aumentar a fidelidade na Barra Funda, um terreno que passou a ser mais pantanoso para os ‘casaristas ferrenhos’, com Belmonte cada vez mais distanciado do presidente. Mas o tiro saiu pela culatra. O superintendente tinha o pedido de chegar chutando a porta. Mas encontrou um ambiente controlado por Belmonte. E cercado por pessoas que se tornaram leais ao diretor. Da rivalidade implícita, surgiu a cumplicidade entre os dois. E veio o anúncio interno do escolhido de que seus planos não incluem ser candidato à sucessão.

A reportagem já revelou anteriormente que Casares e Belmonte não falam mais a mesma língua há cerca de três meses, desde que Belmonte foi ofendido por um diretor do clube em mensagem vazada por aplicativo. Apesar do clima de cumplicidade que Casares tentou transmitir em entrevista coletiva concedida no CT da Barra Funda, a coisa só se complicou desde então, após o diretor de futebol ter a certeza que não será o indicado para concorrer à sucessão do presidente no final do ano que vem. E ressaltar que seu grupo político é contra o projeto do fundo de investimento e participações (FIP) para as categorias de base em Cotia.

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