Futura oposição no São Paulo, ex-diretor Carlos Belmonte reprova estratégia de Casares: “Pode correr risco de rebaixamento”

Julio Casares e Carlos Belmonte agora seguem lados opostos no clube (Foto: Reprodução/Instagram)

Após deixar o cargo de diretor de futebol do São Paulo no final do último mês, Carlos Belmonte começa a pôr as manguinhas de fora e externar suas divergências com o atual presidente Julio Casares, cada vez mais criticado e cobrado pela torcida.

Belmonte criticou e se mostrou contra a atual estratégia de Casares no Tricolor, em tentativa de sanar a estapafúrdia dívida de quase R$ 1 bilhão que o clube atingiu nos últimos anos do mandato do atual presidente.

O ex-funcionário tricolor questionou o modelo sem investimento no futebol imposto por Julio Casares e expôs seu pensamento que ‘nem é o mais simpático perante a torcida’, segundo o próprio Belmonte admitiu.

“O são-paulino quer a redução da dívida a todo custo ou pensa em um outro projeto de redução de dívida? Acho que aí que está a questão que deve ser debatida. Eu sei que esse pensamento nem é o mais simpático perante a torcida, mas eu não acredito nesse processo de redução da dívida a todo custo”, falou Carlos Belmonte ao GE.com.

“A redução virá com um time competitivo, com um time mais forte, com investimento no futebol. Sem investir no futebol, na minha visão, a gente vai reduzir R$ 30, 40, 50 milhões numa temporada, mas numa dívida de R$ 900 milhões. Quanto tempo vamos levar para reduzir para um patamar mais baixo?”, indagou.

“Não existe resultado sem investimento. Por que Palmeiras e Flamengo fizeram a final da Libertadores e lideram o Campeonato Brasileiro? Porque têm mais investimento, eles podem contratar mais atletas. Nós teremos o investimento que Palmeiras e Flamengo têm? É lógico que não, mas eu acho que temos que entender o que queremos como instituição, esse é o principal problema do São Paulo hoje”, seguiu Belmonte.

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O dirigente foi perguntado ainda se este investimento zero no futebol do São Paulo pode acarretar consequências mais graves ao time, como até mesmo um possível rebaixamento para a segunda divisão do Brasileirão.

“Quanto menos investimento você tiver, mais você corre o risco. Eu acho que não vamos passar por isso (brigar contra o rebaixamento), pois a gente vem tendo uma gestão austera e este ano que é tratado como péssimo para o São Paulo, nós estamos em oitavo no Brasileirão e terminamos em quinto a Libertadores, não corremos risco efetivo de rebaixamento, ficamos no meio da tabela”.

Agora, se não investirmos, continuaremos sendo time de meio de tabela e se num ano for um pouquinho pior, pode correr risco de rebaixamento. Então o que eu acho é que temos que trabalhar pensando em investir no futebol”.

“Eu tenho minhas ideias e acho que não é oportuno eu passá-las agora, pois não sou o presidente do São Paulo, eu passo isso, sempre que posso, para o presidente, e indico que esse é o caminho. Mas sem investir no futebol a gente não sai do quadro que está”, decretou ele.

DA SITUAÇÃO PARA A OPOSIÇÃO

Ainda conselheiro do clube, Carlos Belmonte segue por enquanto na coalizão que forma a situação no Tricolor, que apoia o presidente Julio Casares. No entanto, sua posição política irá mudar após o término de sua passagem de cinco anos ao lado do mandatário.

Como a saída ainda é muito recente, Belmonte não se posicionou claramente como um futuro candidato à presidência para confrontar com Julio Casares, mas já admite interesse em concorrer ao cargo no São Paulo futuramente.

“Estou livre para conversar com as pessoas e mostrar meu trabalho. Tenho o que mostrar e vou me preparar para a nova batalha”, disse Belmonte em tom alto e claro ao blog do jornalista Luís Augusto Símon, o Menon, no portal ‘Fórum‘. Para isso, ele conta com seu grupo político, o Legião: “Somos 50 e estamos bem fechados, juntos há um bom tempo”, completou.

A bem da verdade, o desgaste já vinha desde o final do ano passado, quando o então dirigente do futebol não concordou com o corte de gastos do departamento por meio do FIDC e reclamou que não foi consultado. Vendo o carro chefe do clube acumular prejuízos por conta de alto custo e não garantir conquistas esportivas, Casares escanteou o então aliado da escolha para ser o candidato da situação nas eleições.

A reportagem do AVANTE MEU TRICOLOR já revelou anteriormente que Casares e Belmonte não falam mais a mesma língua há cerca de três meses, desde que Belmonte foi ofendido por um diretor do clube em mensagem vazada por aplicativo. Apesar do clima de cumplicidade que Casares tentou transmitir em entrevista coletiva concedida no CT da Barra Funda, a coisa só se complicou desde então, após o diretor de futebol ter a certeza que não será o indicado para concorrer à sucessão do presidente no final do ano que vem. E ressaltar que seu grupo político é contra o projeto do fundo de investimento e participações (FIP) para as categorias de base em Cotia.

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